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Celebridades “Na minha vida, em nenhum momento me achei bonita, boa ou competente. Mesmo nas melhores fases, com o Brasil inteiro babando, me achando a musa, a linda”, diz Cristiana Oliveira

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Com 58 anos e superada a crise de identidade, a atriz aborda sua trajetória até o autoconhecimento e aceitação em palestras pelo País.

Foto: Edu Rodrigues/Divulgação
Com 58 anos e superada a crise de identidade, a atriz aborda sua trajetória até o autoconhecimento e aceitação em palestras pelo País. (Foto: Edu Rodrigues/Divulgação)

No ano em que estreou o remake da novela Pantanal, sucesso dos anos 1990, Cristiana Oliveira, que ficou conhecida nacionalmente e internacionalmente por ter interpretado Juma – protagonista feminina da história – lança sua autobiografia, “Cristiana Oliveira: Versões de Uma Vida”, na qual conta como viveu por anos sendo uma pessoa insegura e sem autoestima, mesmo com todos os aplausos do mundo.

Com 58 anos “bem vividos” e superada a crise de identidade, Krika – seu apelido de infância – hoje aborda sua trajetória até o autoconhecimento e aceitação em palestras pelo País.

Além de atriz e palestrante, Cristiana é ativista da causa ambiental, com foco na preservação do Pantanal, é claro. “Sou ativa, ativista mesmo, não só voz, mas ação, participo, faço expedições, sou uma pessoa que me preocupo demais com a biodiversidade”, contou.

Com o lançamento do remake de Pantanal a atriz começou a ser muito procurada. “Obviamente as pessoas começaram a me procurar, foi aquele barulho em 1990. E coincidiu de estar terminando de escrever minha biografia. Aí pensei, bom, já que as pessoas estão abordando essa questão toda do remake de Pantanal, vou aproveitar a visibilidade para lançar meu livro, que aborda questões positivas para as pessoas. Porque senão, só falaria da Juma o tempo inteiro. A Juma não me define como pessoa, a respeito, entendo perfeitamente a demanda e a procura das pessoas falando dela, mas tenho muitos outros trabalhos.”

Cristiana afirma que seu livro aborda um pouco da ideologia feminista da década de 70. “Nasci em 1963, sou a caçula de nove irmãos, sendo sete mulheres. Cresci na década de 70, era muito pequena e tal, mas passei por toda essa coisa do feminismo, liberdade, Woodstock. Cresci com essa ideologia feminista, mas, ao mesmo tempo era filha de uma mãe e de um pai machistas, não pro lado negativo, mas cultural, pela forma como foram educados, onde a mulher tinha que ser bonita, magra, aparentar ser jovem, escondia a idade, então era aquela coisa”, afirmou.

A atriz fala da dificuldade em aceitar que merece o sucesso. “Hoje em dia tem um nome para esse sentimento, a ‘síndrome da impostora’, que é caracterizada por pessoas que têm tendência a achar que o sucesso atingido não foi merecido, é bastante comum, especialmente entre as mulheres.”

Autoconhecimento

“Foi aos 40 e poucos anos, falei: ‘Cristiana, chega, para, porque daqui pra frente você só vai sofrer’. Foi um processo longo, de autoconhecimento, de entender o que era para os outros, o que era pra mim, o que achava interessante, bacana na minha vida e o que estava fazendo pra agradar. E aí foi uma libertação, né, que é o que eu escrevo nesse livro”, disse a atriz.

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