Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de julho de 2022
Na conjunto de países do grupo G20, taxa anual atingiu 8,8% em maio, contra 11,7% no Brasil
Foto: Marcos Santos/USP ImagensNovo relatório divulgado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mostra que a inflação do Brasil segue entre as maiores do mundo e bem acima da média das grandes economias do mundo.
No G20 – grupo dos países mais ricos –, o Brasil está atrás só da Turquia, Argentina e Rússia. Na média dos países do G20, a inflação em 12 meses atingiu 8,8% em maio, contra 8,5% em abril. No grupo dos países do G7, a taxa avançou para 7,5%, ante 7,1% no mês anterior.
No Brasil, a inflação no acumulado em 12 meses desacelerou em maio, mas ainda atingiu 11,7%. No conjunto dos 38 países que fazem parte da OCDE, a inflação ao consumidor chegou a 9,6% em maio, atingindo o maior patamar desde agosto de 1988.
“A inflação ano a ano aumentou em todos os países, exceto na Colômbia, Japão, Luxemburgo e Holanda”, destacou o relatório divulgado nesta terça-feira (05). Embora a inflação tenha se tornado um fenômeno global em razão da disparada dos preços dos combustíveis, energia e alimentos, taxas de dois dígitos ainda são exceções entre as maiores economias do mundo.
No G20, além do Brasil, apenas Turquia (73,5%), Argentina (60,7%) e Rússia possuem taxas acima de 10% ao ano. Embora não seja citada no relatório da OCDE, a Rússia registrou inflação de 17,1% em maio, segundo divulgou o serviço federal de estatísticas do país.
Já entre os países que integram a OCDE, são 10 com taxas de dois dígitos no ano, com as maiores inflações sendo registradas na Turquia, Estônia (20%), Lituânia (18,9%) e Letônia (16,9%). Além destes países, apenas outros 3 integrantes da organização possuem taxas acima da brasileira: República Tcheca (16%), Polônia (13,9%) e Eslováquia (12,6%).
BC admite estouro da meta de inflação pelo 2º ano seguido
O Banco Central do Brasil admitiu oficialmente que a meta de inflação será descumprida em 2022 pelo segundo ano seguido. Para tentar cumprir a meta do próximo ano, o BC elevou em junho a taxa básica de juros para 13,25% ao ano, o maior patamar desde 2016. A instituição também indicou que a Selic ficará alta por um período maior de tempo.
Já para 2023, a meta foi fixada em 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. O Banco Central estimou em seu último relatório de inflação um IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 8,8% para 2022; de 4% para 2023 e de 2,7% para 2024.