Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de julho de 2022
Elielma Carvalho Braga, de 37 anos, denuncia que teve parte do nariz necrosado e ficou com sequelas após fazer um procedimento estético em junho de 2020 com um cirurgião dentista. O tratamento realizado foi uma alectomia, redução das asas laterais do nariz, proibido pelo Conselho Federal de odontologia (CFO) a ser feito por dentistas.
A técnica é, teoricamente, simples: com uma anestesia local, o profissional corta um pedaço dessas estruturas que circundam as narinas e fecha com pontos. Entretanto o Conselho Regional de Odontologia afirma que os cirurgiões-dentistas têm autorização para a realização de “procedimentos estético-faciais, desde que não sejam cirúrgicos puramente estéticos”.
A cirurgiã-dentista Dany Moura afirma que há um limite de atuação em procedimentos que a odontologia pode realizar segundo o Conselho Federal.
“De acordo com a lei, os dentistas só realizam cirurgias dentro do âmbito que ele pode trabalhar que são na região da linha do cabelo, na testa, por exemplo, e na região do pescoço, como a tireoide. Através de uma resolução, o nosso Conselho nos limitou a fazer procedimentos e cirurgias estéticas como o Botox, a bichectomia, a lipoplastia mecânica de papada e o lip lifting na região dos lábios”, explica.
A bichectomia, que está na moda, principalmente entre mulheres e influenciadoras, é a retirada da bola de gordura das bochechas chamada de bichat. Segundo Dany, a retirada delas pode ser estético, mas também por necessidade, visto que essas protuberâncias podem nascer dentro da boca e atrapalhar a mordida do paciente.
A lipoplastia mecânica de papada é feita por sucção e tem com o objetivo de retirar o excesso de gordura da área abaixo do queixo. O resultado é um rosto harmônico e mandíbula mais contornada. O lip lifting é um procedimento plástico realizado entre o nariz e o lábio superior, que tem como objetivo principal encurtar o lábio superior.
“Outros procedimentos como a rinoplastia, que também pode ser feito por estética ou melhorar na qualidade de vida; a otoplastia, cirurgia feita para a correção das orelhas; a blefaroplastia, que tem como objetivo a retirada do excesso da pele das pálpebras e a alectomia não são feitas por dentistas, não é nossa área de atuação”, diz ela.
Segundo a profissional, a harmonização facial chegou como uma forma de complementar o trabalho do dentista, mas que nem todos os procedimentos são autorizados a serem feitos por eles e que é necessário respeitar as leis e resoluções do Conselho Federal de Odontologia.
Elielma, no caso de Goiás, está processando o dentista responsável pelo procedimento por danos morais, materiais e estéticos, totalizando R$ 42 mil.