Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de julho de 2022
Nem três meses se passaram entre o estrondoso anúncio de compra do Twitter e a desistência por parte de Elon Musk, divulgada na última sexta-feira (8).
Apesar de curto, esse espaço de tempo foi um período bastante conturbado, em que o interessado na rede social foi dos planos mirabolantes para ela a acusações de que a plataforma divulgou dados falsos sobre contas spam e violou o acordo entre eles.
Veja a seguir a cronologia da negociação à desistência:
Março
Respondendo a um seguidor no Twitter, rede onde ele tem 80 milhões de seguidores, Musk afirma que cogita criar uma rede social para promover “liberdade de expressão” na internet.
O executivo faz também uma série de enquetes em seu perfil sobre o papel do Twitter como uma “arena” que deveria permitir opiniões divergentes.
5 de abril
Musk é apontado como membro do conselho de diretores do Twitter um dia após divulgar sua participação na empresa. O magnata respondeu um post do CEO da rede social, Parag Agrawal, prometendo “melhorias significativas” para a plataforma.
10 de abril
No dia em que sua avaliação seria considerada para o conselho do Twitter, o magnata desiste de ter uma cadeira no grupo que lidera a rede social.
14 de abril
O bilionário faz uma proposta para adquirir completamente o Twitter por mais de US$ 44 bilhões, segundo um documento regulatório da rede social. O conselho da companhia disse que avaliaria a oferta.
15 de abril
Um dia depois de sua oferta, Elon Musk diz em uma entrevista que tem um “plano B” caso não consiga comprar o Twitter. Ele alega que “fazer dinheiro” com a rede social não está no centro da negociação e disse que a plataforma é arena importante para a liberdade de expressão no mundo.
21 de abril
Elon Musk afirma em um documento apresentado à SEC (a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) que conseguiu quase US$ 46,5 bilhões para financiar a operação.
O bilionário diz que pretende destinar US$ 21 bilhões de sua fortuna para comprar Twitter e que o valor restante será conseguido por meio de dois empréstimos com o banco Morgan Stanley, um de US$ 13 bilhões e outro de US$ 12,5 bilhões.
25 de abril
O Twitter anuncia que fechou um acordo definitivo para ser comprado por Musk. A transação é estimada em US$ 44 bilhões.
Com a compra, o Twitter se tornará uma companhia de capital fechado, ou seja, deixará de negociar ações na bolsa. É dito ainda que o acionistas vão receber US$ 54,20 por cada ação comum, o que significa um prêmio de 38% sobre o preço dos papéis em 1º de abril.
29 de abril
A imprensa dos Estados Unidos destaca que Musk poderia reduzir os salários dos executivos e do conselho da empresa de mídia social. Esse teria sido um dos argumentos usados para convencer os banqueiros a emprestarem o dinheiro para a compra do Twitter.
2 de maio
O Twitter estima que menos de 5% de sua base de usuários é formada por contas falsas ou voltadas para publicar spam.
A informação foi apresentada no relatório de resultados trimestrais da companhia. Segundo o documento, a rede social tem 229 milhões de usuários ativos. Segundo Musk, o Twitter ainda precisa apresentar números que comprovem essa informação.
6 de maio
Um fundo de pensão da Flórida processa o bilionário e a rede social argumentando que Musk tinha acordos com outros grandes acionistas, incluindo seu consultor financeiro Morgan Stanley e o criador da plataforma, Jack Dorsey, para apoiar a compra.
10 de maio
Em uma conferência, Elon Musk diz que voltaria atrás na suspensão do ex-presidente americano, Donald Trump, do Twitter. “Eu reverteria a suspensão permanente [de Trump]”, afirma Musk em evento do Financial Times.
12 de maio
O Twitter comunica a demissão dos chefes das áreas de consumo e receitas. A empresa também anuncia uma pausa nas contratações e uma revisão nas vagas em aberto, segundo a agência de notícias Reuters.
No mesmo dia, respondendo a um seguidor no Twitter, o cofundador e ex-CEO da rede social, Jack Dorsey afirma que nunca mais quer ser CEO da plataforma.
13 de maio
“O acordo (para a compra) do Twitter está temporariamente suspenso por pendências em detalhes que sustentam que contas falsas de fato representam menos de 5% dos usuários”, afirma o empresário em um post na rede social. Horas depois, Musk volta a tuitar que segue “comprometido com a compra” da rede social.
14 de maio
O bilionário anuncia que sua equipe fará uma análise com amostra com 100 perfis do Twitter para ver quantos são falsos.
15 de maio
Musk afirma nas redes sociais que a equipe jurídica do Twitter o acusou de violar um acordo de confidencialidade ao revelar que o tamanho da amostra para as verificações da plataforma sobre bots e contas falsas era de 100 perfis. Para a empresa, esse dado é interno e confidencial.
16 de maio
Musk usa um emoji de cocô para ironizar o presidente-executivo do Twitter, Parag Agrawal, sobre como é feita a estimativa de contas falsas na rede social.
O presidente-executivo do Twitter aponta ainda que as estimativas sobre contas de spam estão bem abaixo dos 5% divulgados pela empresa, mas afirma que não pode revelar a projeção exata.
Musk respondeu com o emoji e questiona: “Então, como os anunciantes sabem o que estão recebendo pelo seu dinheiro? Isso é fundamental para a saúde financeira do Twitter”.
27 de maio
Acionistas do Twitter processam Elon Musk, acusando-o de manipular o mercado para ter uma redução de sua oferta de US$ 44 bilhões ou margem para negociar um desconto.
Segundo a ação judicial, o bilionário tuitou e fez declarações com o objetivo de criar dúvidas sobre o negócio, o que vem agitando a rede social há semanas.
6 de junho
Em carta enviada ao Twitter, um representante do bilionário diz que a empresa se recusou a fornecer as informações que solicitou repetidamente desde 9 de maio de 2022 para facilitar a sua avaliação de contas falsas e de spam.
8 de junho
Reportagem do jornal americano “Washington Post” informa que o conselho de administração do Twitter planeja apresentar mais dados internos ao bilionário para avançar no acordo de venda da rede social.
21 de junho
O conselho do Twitter recomendou por unanimidade que os acionistas aprovem a proposta de venda de US$ 44 bilhões da empresa para Musk.
8 de julho
O bilionário informa em carta que desistiu o acordo de compra do Twitter. Em documento enviado à SEC, órgão americano equivalente à Comissão de Valores Mobiliários, ele afirmou que houve uma violação de várias disposições do acordo. O Twitter diz que a empresa vai recorrer à Justiça para fazer valer o negócio firmado com Musk.