Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de julho de 2022
“Quero chegar aos 60 anos sem parecer mais velha. Vejo muitas senhoras aparentarem ter mais idade por falta de cuidado com a pele e sei que isso tem de ser feito antes”. A frase é da estudante de engenharia Lara Theotonio Pereira Mascherpa, que aos 21 anos, já começou a fazer sessões de laser para estimular a produção de colágeno e retardar o envelhecimento da pele.
Ela não é exceção. A estudante ilustra uma tendência que ganhou força recentemente entre as brasileiras: prevenir o aparecimento dos sinais na pele muito precocemente, antes até mesmo de serem notados a olho nu. O movimento, batizado nos Estados Unidos de prejuvenation (algo como “prejuvenescimento” em português), atrai em especial mulheres, embora os homens também comecem a aderir. Trata-se de jovens que, assim como Lara, não querem impedir os sinais do envelhecimento com métodos artificiais, mas adiá-los da forma mais natural possível.
“A mudança de comportamento está associada à informação, hoje há técnicas pouco agressivas que se forem usadas precocemente têm ótimos resultados”, diz a médica Cláudia Merlo, especialista em dermatologia e cosmiatria pelo Instituto BWS e diretora da Clínica Cláudia Merlo.
Não existem dados oficiais, mas nos consultórios médicos, a estimativa é que nos últimos dois anos houve um aumento de 300% no número de pessoas com menos de 30 anos em busca de procedimentos para prevenir o envelhecimento. Não seria cedo demais? Os especialistas afirmam que não.
Colágeno
A perda de colágeno, composto que dá sustentação à pele, começa a partir dos 20 anos de idade a uma taxa de 1% ao ano. Como resultado, a pele vai ficando mais fina e frágil. A partir dos 30, a perda supera a produção dessa proteína. Se nada for feito, é nessa idade que se formam as primeiras rugas, que são cicatrizes deixadas por fraturas na derme, a camada intermediária da pele. Os vincos variam de 0,1 milímetro a 0,5 milímetro de profundidade.
Não é apenas o colágeno que se perde. O ácido hialurônico, composto da pele responsável pela elasticidade, sofre uma redução de 20% a 30% ao longo da vida. Dos 40 aos 60 anos, os vincos já estão marcados e as substâncias que sustentam a pele se enfraquecem com maior velocidade. Por isso, são necessários estímulos cada vez mais vigorosos e agressivos para que elas continuem a ser produzidas. Começar mais cedo retarda esse processo e confere uma jovialidade natural por mais tempo.
É claro que tudo tem que ser adequado à idade. Por isso, as ferramentas usadas em pelas de 20 e poucos anos são bem diferentes daquelas indicadas para peles mais maduras. Nessa faixa etária, o principal objetivo é justamente estimular a produção de colágeno. Os lasers, que podem ter diferentes alcances, são a escolha número um. Mas há também o ultrassom microfocado – estimula a formação de colágeno a partir de altas temperaturas – e a radiofrequência – campo eletromagnético que esquenta a pele e forma colágeno – , indicados quando já há alguma flacidez.
“Começar a estimular a produção de colágeno antes dos 30 anos ajuda a postergar o envelhecimento da pele, além de melhorar seu aspecto e elasticidade”, afirma a dermatologista Mônica Aribi, da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.
Lara, por exemplo, utilizou um laser que age na derme, a camada intermediária da pele. Isso estimula a produção de colágeno e a produção de novas células da pele. O resultado é uma pele mais viçosa, lisa e com poros menos dilatados. O tratamento também ajuda a controlar a rosácea, a tratar acne e cicatrizes, fatores importantes para essa faixa etária.
Aos 26 anos, a empresária Bruna Passos, também é adepta do autocuidado e dos lasers. No caso de Bruna, a tecnologia utilizada vai além e atinge todas as camadas da pele. Isso promove estímulo celular intenso e renovação, atua na flacidez e no contorno facial, além de trabalhar a textura e a cor da pele.
“Prefiro as técnicas menos invasivas, como lasers para estimular colágeno, porque acho que a pele nessa idade ainda é muito boa. Pretendo continuar fazendo anualmente até eu sentir que a minha pele está pedindo um pouco mais”, conta a jovem.