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Saúde Brasil não atinge metas da vacinação infantil e tem taxas abaixo da média mundial

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Em 2021, principais vacinas previstas no calendário infantil tiveram índices abaixo de 73%, mostra levantamento do UNICEF e OMS

Foto: Divulgação
Em 2021, principais vacinas previstas no calendário infantil tiveram índices abaixo de 73%, mostra levantamento do UNICEF e OMS. (Foto: Divulgação)

Os números da vacinação infantil no Brasil estão cada vez mais desafiadores e apontam uma tendência de queda nos últimos anos em vacinas essenciais para os pequenos, como a BCG, a tríplice bacteriana e as contra a hepatite B e a poliomielite, todas com taxas de cobertura menores que médias mundiais.

É o que mostram os dados de um novo relatório global da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para Infância), divulgados na última semana.

Para o ano de 2021, a OMS e o Fundo levaram em conta informações de 177 países, incluindo o Brasil, e concluíram que, no mundo todo, os dados mostram o maior retrocesso contínuo na vacinação infantil em 29 anos. No nosso País, os números pintam um panorama diferente, mas não menos preocupante.

“É um quadro dramático. [Nesse relatório da OMS], nós estamos entre os 10 piores países do mundo em vacinação, ao lado do Haiti e da Venezuela, países que tem dificuldades econômicas enormes e não têm um programa tão organizado como o nosso”, lamenta Carla Domingues, epidemiologista e ex-coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações).

Vacina BCG: cobertura contra a tuberculose grave

A vacina BCG é umas das primeiras da vida. Ela é indicada horas após o nascimento até no máximo antes da criança completar os 5 anos de idade, e protege contra formas graves da tuberculose, como a meníngea e miliar, complicações que podem levar à morte.

O imunizante existe há mais de 100 anos e é uma das vacinas mais utilizadas no mundo. No Brasil, embora tenhamos tido uma certa recuperação em 2018, a taxa de imunização da BCG vem caindo consideravelmente desde 2019, durante o primeiro ano do governo Bolsonaro, quando diversos Estados precisaram racionar a vacina.

Vacina contra a hepatite B

A primeira dose da vacina contra a hepatite B também deve ser aplicada nas primeiras horas de vida de um recém-nascido, mais especificamente entre as primeiras 12 ou 24 horas. O imunizante previne contra uma forma grave da hepatite, um tipo de inflamação no fígado que é provocada pelo vírus B da doença (o HBV).

De acordo com as estimativas da OMS e do UNICEF, embora a taxa de vacinação no Brasil tenha sido superior ao índice mundial para a terceira dose contra a doença por mais de 18 anos, desde 2015 o país não alcança o patamar de 95% recomendado por especialistas.

Este ano, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, a população-alvo atingiu uma cobertura vacinal de apenas 46% até o momento.

Vacina contra a poliomielite

O último caso de pólio no Brasil foi detectado em 1989. A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, tem certificado de erradicação no país desde 1994, mas a baixa cobertura vacinal nos últimos anos preocupa especialistas devido ao risco de volta da doença infectocontagiosa.

Especialistas explicam que, como a campanha de vacinação contra a pólio foi muito bem sucedida por aqui ao longo das últimas décadas, a importância dessa imunização e de outras do calendário básico é muitas vezes desprezada pela atual geração de pais e responsáveis.

Cobertura da tríplice viral

A tríplice viral é uma vacina que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba, doenças virais infectocontagiosas.

A OMS e o UNICEF separam globalmente os dados de vacinação para rubéola e o sarampo. Por isso, os índices aparecem em gráficos diferentes, mas têm o mesmo percentual para o Brasil. Além disso, no último relatório das entidades, não foram divulgados dados globais de vacinação contra a caxumba.

No Brasil, a queda da cobertura para a vacina tríplice viral começou em 2017 e vem continuando desde então. E, segundo especialistas, as consequências disso são claras.

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