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Brasil Filhos mantidos em cárcere privado por 17 anos nunca tiveram contato com outras pessoas

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Mãe diz que não sabe o que fazer agora, pois saiu de casa sem nada. Eles receberam alta na noite de sexta-feira (29) e foram levados para a casa de parentes.

Foto: Reprodução
Mãe diz que não sabe o que fazer agora, pois saiu de casa sem nada. (Foto: Reprodução)

Os jovens de 19 e 22 anos que foram mantidos em cárcere privado por 17 anos nunca tiveram contato com outras pessoas além da mãe e do pai, que os manteve trancados em casa e submeteu a família a agressões quase que diariamente. A mãe e os filhos viveram encarcerados em uma casa sem saneamento básico em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ), durante todos esses anos.

“Na verdade, eles nunca tinham visto ninguém. Eles só viam ela e ele. Não via ninguém. Então até colocar eles no convívio das pessoas é um pouco difícil”, conta irmã da mulher, que foi responsável pela denúncia.

A mãe, a filha de 22 anos e o filho de 19 receberam alta do hospital na noite desta sexta-feira (29) e foram levados para a casa de parentes. Eles estavam internados no Hospital Rocha Faria desde quinta (28), quando foram resgatados em condições de maus-tratos e desnutridos.

“Eu ficava sem comida, sem água, apanhando, meus filhos também, amarrados, apanhava de fio e enforcava a gente também. Ele já tentou enforcar eu e meu filho”, diz a mulher.

Ela conta que não sabe o que fazer, pois saiu de casa sem nada. “A gente tá precisando de muita ajuda porque estamos sem nada aqui, produto de limpeza, higiene, roupas, alimentação, não temos nada”, lamentou.

A mulher lembra que chegou a tentar pedir ajuda diversas vezes, mas o marido deixava o som alto e os vizinhos não conseguiam ouvir. “Ninguém conseguia ouvir. Eu só consegui o telefone da minha irmã tem um ano e pouco. Só que perdi o contato porque ele tirou o chip. Aí depois eu anotei o número dela, passei para a vizinha, aí a vizinha conseguiu contato com ela. Isso há pouco tempo”, contou a vítima.

Ela ainda contou que as agressões só pioravam com o passar dos anos. “Batia de fio e às vezes com pedaço de madeira. Ele já era bem agressivo, mas com o decorrer dos anos foi piorando as agressões”, disse a mulher.

Novas buscas

A Polícia Civil realizou novas buscas, na manhã deste sábado (30), na casa da família em Guaratiba, Zona Oeste do Rio. Os agentes buscam mais informações sobre os crimes cometidos por Luiz Antônio Santos Silva, marido e pai da vítimas, foi preso em flagrante.

As vítimas foram resgatadas após uma denúncia anônima. Luiz Antônio foi transferido para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, onde passou por audiência de custódia neste sábado. Ele deve responder por sequestro ou cárcere privado, agressão, maus-tratos e crime de tortura.

Resgate

Segundo os policiais, a principal preocupação no momento do resgate foi oferecer atendimento médico. “A situação era estarrecedora”, resumiu um dos agentes.

“Os policiais que primeiro chegaram aqui encontraram essas crianças realmente amarradas. Posteriormente, eu cheguei e vi que elas estavam sujas, subnutridas. Então, a preocupação imediata foi de prestar socorro médico. O Samu foi acionado para prestar todo o socorro”, disse o PM.

Logo após o resgate, a mulher disse à polícia que os três sofriam violência física e psicológica de forma permanente e que chegavam a ficar três dias sem comer. Ela também afirmou que Luiz Antonio nunca permitiu que ela trabalhasse nem que os filhos frequentassem a escola.

Caso

Na manhã de quinta, após uma denúncia anônima, policiais militares resgataram mãe e filhos que viviam em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em cárcere privado havia 17 anos.

Segundo a denúncia, o agressor é Luiz Antônio Santos Silva, marido e pai da vítimas. Ele tinha o apelido de DJ por colocar música alta para abafar os gritos de socorro das vítimas. Os filhos aparentavam ter cerca de 10 anos por causa da desnutrição.

Os mesmos vizinhos também afirmaram que a família passava fome, já que Luiz Antônio recebia doações em comida, mas jogava fora para não ter que repassar para a família.

O vizinho Sebastião Gomes da Silva disse que conseguiu dar uma fruta para um dos filhos no dia em que a família foi resgatada. “A bichinha pegou a banana e comeu com casca e tudo. Ela estava com muita fome.”

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