Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2022
Após desistir de concorrer ao Senado, a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB) denunciou, nesta segunda-feira (1°), novas ameaças contra ela e sua filha, Laura, de apenas 6 anos. Em um print divulgado pela vice na chapa de Fernando Haddad (PT) à Presidência em 2018, um internauta xinga, faz comentários sexuais a filha de Manuela e ameaça esquartejar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Ser uma mulher pública no Brasil é ser ameaçada permanente. É conviver com a ameaça de estupro como correção pela coragem, com a ameaça de morte como silenciador”, escreveu ela na publicação.
“Essa é mais uma das ameaças que eu, minha filha e também minha mãe sofremos”, completou a ex-deputada. A deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP) e da pré-candidata ao Congresso Nacional Erika Hilton (PSOL-SP), se solidarizaram com a colega. “Estamos com você, Manu”, escreveu Erundina.
O histórico de violência política contra Manuela D´Ávila não data de hoje. Em 2020, quando concorreu à Prefeitura de Porto Alegre, a então candidata precisou recorrer à polícia para investigar ameaças à filha, que na época tinha 5 anos. Em maio deste ano, Manuela D’Ávila decidiu desistir de tentar qualquer cargo em 2022, e citou como razão a “desunião da esquerda” no seu estado natal, Rio Grande do Sul, além da rotina de ataques contra ela e sua família nos últimos sete anos.
Leia a íntegra da publicação da ex-deputada: “Mãe e filha e mãe. Ser uma mulher pública no Brasil é ser ameaçada permanente. É escolher um lugar para o medo, outro para a coragem, outro lugar pro fingir ignorar. Ser mulher pública é conviver com a ameaça de estupro como correção pela coragem, com a ameaça de morte como silenciador. Ser mulher pública é ouvir de muitos que não aguentariam nem metade que tá tudo bem, que é assim mesmo. Como se fosse o preço a pagar por estar num lugar que não é o nosso, que não é pra nós. Essa é mais uma das ameaças que eu, minha filha e também minha mãe sofremos.”
Em julho do ano passado, Manuela d’Ávila visitou o procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Marcelo Dornelles. Ela procurou o Ministério Público gaúcho em razão das graves ameaças que vinha recebendo, e que se estendiam a seus familiares, incluindo a filha que então tinha 5 anos. Grupos ameaçavam, pelas redes sociais, matar Manuela e estuprar a menina.
“Estive com o procurador-geral de Justiça, Dr. Marcelo Dornelles, e com as procuradoras Luciana Cano Casarotto e Gisele Müller Monteiro para entregar representação informando as ameaças dirigidas a mim e à Laura e as ameaças feitas por Roberto Jefferson contra mim e entregar provas pedindo para que o MP tome as medidas que julgar cabíveis”, afirmou, na ocasião, a ex-deputada. As informações são do jornal O Globo e do MP-RS.