Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de agosto de 2022
Depois de fazer críticas a banqueiros pela decisão da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) de aderir ao manifesto em defesa da democracia da Fiesp, o presidente Jair Bolsonaro decidiu distensionar a relação com o setor e acionou interlocutores da área econômica e política para negociar um encontro com a entidade. O resultado foi o agendamento de um almoço na Febraban na próxima segunda-feira (8).
Segundo assessores presidenciais, a avaliação feita no governo é que Bolsonaro, ao criticar empresários e banqueiros, chegando a classificá-los de “sem caráter” e “cara de pau” por decidirem assinar a carta da Fiesp, que ele tratou como ato político, estava se isolando e criando arestas no setor empresarial.
Segundo um empresário ouvido pelo blog, alguns colegas estavam repensando a posição na disputa eleitoral diante dos ataques do presidente.
Bolsonaro e o seu ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, por exemplo, chegaram a atribuir ao lançamento do PIX o motivo da adesão da Febraban ao documento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
Em declarações e postagens nas redes sociais, o presidente e seu ministro disseram que os banqueiros tiveram elevados prejuízos com o PIX e estavam se vingando do Palácio do Planalto.
Os bancos, do seu lado, lembram que estão desenvolvendo serviços com o PIX e seus lucros não caíram no período.
Diante do risco de um maior isolamento do presidente, assessores da área política e econômica decidiram entrar em contato com banqueiros e a direção da Febraban para contornar o mal-estar e agendar um encontro na entidade.
Acabou sendo acertada a data da próxima segunda-feira, quando o presidente será recebido em almoço em São Paulo, depois de ele ter desmarcado uma reunião na Fiesp no dia 11 de agosto, data em que serão divulgados oficialmente na cidade cartas em defesa da democracia.
Além de receber o presidente Jair Bolsonaro, a Febraban vai agendar encontros com outros candidatos à Presidência da República. Já foram feitos contatos com as equipes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da senadora Simone Tebet (MDB). A equipe de Ciro Gomes (PDT) também será procurada.