Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de agosto de 2022
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa básica de juros (Selic) nesta semana em 0,5 ponto percentual, para 13,75% ao ano. Trata-se do 12º avanço consecutiva do atual ciclo de alta que começou em março de 2021, quando a taxa saiu do menor patamar histórico de 2% a.a.
Juros em alta tendem a beneficiar investimentos em renda fixa pós-fixada, que acompanham a taxa.
Michael Viriato, estrategista da Casa do Investidor, realizou um levantamento, que mostra quanto rende uma aplicação de R$ 1.000 com a nova taxa.
A estudo aponta que tanto no curto quanto no longo prazo a poupança é o pior investimento. Em seis meses, a aplicação chega a R$ 1.042,45 e, em 30 meses, a R$ 1.231,05. Em entrevista, o especialista afirmou que a opção sempre será o pior investimento enquanto os juros estiverem subindo.
A poupança rende TR (taxa referencial) + 6%, “e a medida que a taxa Selic subir, os 6% continuam intactos, apenas o TR cresce, mas não na mesma velocidade que os juros. Assim, cada vez mais a poupança vai ficando distante dos outros investimentos”.
Para ele, o investimento fica relativamente mais interessante apenas quando os juros ficarem abaixo de 8%.
O melhor investimento em ambos os períodos é o CDB de banco médio (110% do CDI). No curto prazo, os R$ 1.000 vão a R$ 1.056,58, enquanto no longo prazo fica em R$ 1.350,25.
Viriato explicou que o CDI é igual à taxa Selic diária, calculada pelo Banco Central todos os dias. “E, dessa forma, com esse investimento rendendo 110% da Selic, o retorno sempre será maior que outros investimentos [que não rendem na mesma proporção]”.
A lista apresenta valores em percentuais e em reais sobre a poupança, Tesouro Direto, CDBs e fundos DI, que têm rendimento predeterminado e acompanham o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
E, apesar de as taxas de administração variarem entre fundos e corretoras, a simulação considerada taxa de 0,5% para os fundos DI e 0,2% para Tesouro Selic.
A taxa de custódia do Tesouro Selic, cobrada pela B3, está zerada atualmente para aplicações inferiores a R$ 10 mil.
Saques da poupança
Diante da escalada de preços na economia e do aumento da taxa Selic, os saques da caderneta de poupança somaram R$ 12,7 bilhões em julho, informou o Banco Central. Essa foi a maior saída de recursos para o mês da série histórica do BC, iniciada em 1995.
A retirada no mês passado é mais de cinco vezes maior do que o recorde negativo anterior para o período, de 2015 (-R$ 2,45 bilhões).
Em junho de 2022, os saques foram de R$ 3,75 bilhões, já, em julho de 2021, o saldo foi positivo em R$ 6,37 bilhões.
No ano até julho, a poupança também tem retirada de recursos, de R$ 63,15 bilhões, volume que supera o ano todo de 2015, o mais negativo da série histórica (-R$ 53,56 bilhões).
Em julho, foram colocados R$ 290,421 bilhões e retirados R$ 303,08 bilhões na poupança. Considerando o rendimento de R$ 6,263 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 1,007 trilhão no fim do sétimo mês.