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Mundo Presidente da Rússia ordena aumento das Forças Armadas do país em meio a perdas na guerra da Ucrânia

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Total de pessoas nas forças russas passará de 2 milhões a partir do próximo ano, incluindo 1,15 milhão de soldados

Foto: Reprodução
Analista dinamarquês acredita que presidente da Rússia se tornou megalomaníaco. (Foto: Reprodução)

Com seu exército lutando para fazer progressos significativos na Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou um decreto nesta quinta-feira (25), que aumenta o número de membros do serviço nas Forças Armadas do país em 137.000, elevando o total para mais de 2 milhões a partir do próximo ano. Não está claro se o aumento será feito por meio de recrutamentos ou por voluntários, já que Moscou tem tido dificuldades em reforçar suas tropas na guerra na Ucrânia.

O decreto estipula que o tamanho geral das forças armadas russas será aumentado para 2,04 milhões de pessoas, incluindo mais de 1,15 milhão de militares. O resto serão trabalhadores civis. Uma ordem anterior colocava os números dos militares em mais de 1,9 milhão, incluindo 1 milhão de soldados, no início de 2018.

A ordem, que entra em vigor em 1º de janeiro, não especifica se os militares vão reforçar suas fileiras convocando um número maior de recrutas, aumentando o número de soldados voluntários ou usando uma combinação de ambos. Mas alguns analistas militares russos previram que dependerá de voluntários, pois o Kremlin tem tido uma postura cautelosa em aumentar o alistamento enquanto tenta passar uma imagem de normalidade no conflito para a população russa.

Embora desfrute de uma superioridade significativa em artilharia e mísseis de longa distância, as forças russas não conseguiram capturar territórios significativos desde o início de julho, quando a cidade de Lisichansk, na região de Luhansk, caiu. As tropas russas concentram sua ofensiva no leste e no sul da Ucrânia depois que não obtiveram sucesso ao tentar capturar a capital Kiev.

Analistas militares e repórteres no terreno atribuem a desaceleração da ofensiva russa à falta de mão de obra. As estimativas ocidentais de russos mortos variaram de mais de 15.000 a mais de 20.000 – mais do que a União Soviética perdeu durante sua guerra de 10 anos no Afeganistão. O Pentágono disse na semana passada que cerca de 80.000 soldados russos foram mortos ou feridos, corroendo a capacidade de Moscou de conduzir grandes ofensivas. Moscou não fornece números atualizados de baixas.

Nos últimos meses, a Rússia tem lutado para recrutar voluntários para servir na Ucrânia no que alguns analistas chamam de “mobilização furtiva”. Todos os homens russos com idades entre 18 e 27 anos devem servir um ano nas Forças Armadas, mas uma grande parte evita o recrutamento por motivos de saúde ou adiamentos concedidos a estudantes universitários. Mas o Exército também tem soldados de carreira que servem sob contrato, incluindo mulheres.

Os militares russos reúnem recrutas duas vezes por ano, começando em 1º de abril e 1º de outubro. Putin ordenou a convocação de 134.500 recrutas durante o último recrutamento no início deste ano e 127.500 em outubro do ano passado.

Até agora, Putin evitou o recrutamento em massa para fornecer soldados para a guerra na Ucrânia. Uma razão é que declarar um projeto nacional destruiria o verniz de normalidade que o Kremlin conseguiu manter apesar das sanções econômicas e dos combates contínuos.

Pouco efeito prático

Nos últimos anos, o Kremlin enfatizou o aumento da parcela de soldados voluntários contratados à medida que procurava modernizar o exército e melhorar sua capacidade. Antes de o Kremlin enviar tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro, os militares russos tinham mais de 400.000 soldados contratados, incluindo cerca de 147.000 nas forças terrestres. O número de recrutas foi estimado em cerca de 270.000, e oficiais e suboficiais representaram o restante.

Analistas militares dizem que se a campanha na Ucrânia se arrastar, esses números podem ser claramente insuficientes para sustentar as operações na Ucrânia, que declarou a meta de formar um exército de 1 milhão de soldados.

Pavel Luzin, analista militar russo, disse estar cético quanto à capacidade da Rússia de aumentar suas forças armadas sem grandes mudanças. Segundo ele, o decreto de Putin só aumentaria o número de tropas “no papel contra a realidade no terreno”, a menos que a Rússia seja forçada a aumentar a duração do serviço obrigatório de um ano para 18 meses. Outra solução, disse ele, seria absorver algumas das forças da Guarda Nacional do país no exército.

Muitos observadores alertaram que uma ampla mobilização ou um grande aumento no número de convocados pode alimentar o descontentamento público e desestabilizar a situação política na Rússia. Isso aconteceu durante as guerras separatistas na Chechênia nos anos 1990 e início dos anos 2000, quando recrutas russos mal treinados foram enviados para o combate e sofreram pesadas perdas.

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