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Esporte Jogador que chutou a nuca de árbitro no Interior gaúcho é condenado por tentativa de homicídio

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Ataque foi cometido em estádio de Venâncio Aires na noite de 4 de outubro de 2021. (Foto: Arquivo/O Sul)

Submetido a julgamento nesta terça-feira (7) em Venâncio Aires (Vale do Rio Pardo), o jogador William Cavalheiro Ribeiro foi condenado a dois anos e oito meses de prisão em regime semiaberto, por tentativa de homicídio – ele chutou a nuca do árbitro de uma partida da Divisão de Acesso do Campeonato Gaúcho de futebol, em 2021. O réu pode recorrer em liberdade da sentença, que inclui indenização de R$ 18 mil à vítima por danos materiais.

A punição foi definida pelo juiz João Francisco Goulart Borges a partir do veredito dos sete jurados (quatro homens e três mulheres), que recusaram o agravante de motivo fútil.

Tanto o réu quanto a vítima, Rodrigo Crivellaro, estavam presentes no plenário durante toda a sessão e foram os únicos a prestar depoimento sobre o ataque, cometido no gramado do estádio Edmundo Feix, do Guarani de Venâncio Aires.

O agora ex-árbitro acrescentou ter ficado com uma cicatriz na boca por causa do soco que recebeu antes de cair e ser chutado na região cervical. “Depois disso, não lembro de nada, só sei o vi nas imagens. ‘Apaguei’ e lembro de acordar só no hospital”.

Como consequência da segunda agressão, ele sofreu lesão na sexta vértebra, fato que o obrigou a se afastar da atividade e a usar um colar cervical por 60 dias: “Os médicos me disseram que eu poderia ter ficado para sempre em uma cadeira de rodas”. Ele acabou abandonando o apito, após seis anos vinculado à Federação Gaúcha de Futebol (FGF), e atualmente trabalha como professor de padle.

Já o William Ribeiro negou que pretendesse matar Crivellaro. Ele disse que minutos antes do incidente havia recebido uma joelhada do goleiro adversário e, ao sofrer outra falta não marcada, questionou o árbitro e acabou advertido com cartão-amarelo, deflagrando a reação de fúria.

“Realmente agredi, foi errado, mas não foi tentativa de homicídio. Eu me arrependo bastante”, frisou o meia-atacante, afastado do futebol profissional devido a uma suspensão de dois anos. Em meio ao interrogatório, ele se voltou à plateia do fórum, onde estava o ex-árbitro, e pediu desculpas pelas agressões.

A acusação ficou a cargo do promotor Pedro Rui da Fontoura Porto, com a assistência do advogado Daniel Figueira Tonetto. Já a defesa foi realizada pelos advogados Ana Paula Cordeiro Krug, Fabio dos Santos Gonçalves e Luis Gustavo Bretana.

Relembre o caso

Na noite de 4 de outubro de 2021, aos 15 minutos do segundo tempo da partida entre o anfitrião Guarani de Venâncio Aires e o visitante São Paulo de Rio Grande no estádio Edmundo Feix, o meia-atacante William Ribeiro, então com 30 anos, foi advertido com cartão amarelo, por reclamação. Ele reagiu derrubando o árbitro com um soco e, em seguida, o chutou com violência na região da nuca.

O juiz Rodrigo Crivellaro, de 29 anos na época, desmaiou e foi levado de ambulância para o hospital local, onde foi constatada fissura na vértebra cervical. Mesmo fora de perigo, ele precisou utilizar colete especial durante várias semanas – o médico que o atendeu avaliou que a vítima poderia ter ficado paraplégica.

Na ocasião do ataque, William foi contido pelos colegas e preso em flagrante pela Brigada Militar (BM) e Polícia Civil. Acabou demitido por justa causa e beneficiado com liberada provisória no dia seguinte, levando-se em conta o fato de o acusado ser primário, com residência fixa e não demonstrar que poderia prejudicar o andamento do processo. Ele também se comprometeu a comparecer sempre que for chamado a depor.

Registrada por uma emissora de TV, as imagens repercutiram até mesmo fora do País e motivaram uma série de manifestações de repúdio por parte de atletas, dirigentes e, é claro, profissionais do apito. Já a partida foi interrompida quando estava 1 a 0 para o Guarani e retomada na semana seguinte, sem alteração no placar.

Antecedentes

Na audiência que resultou na libertação, o Ministério Publico solicitou que a prisão fosse mantida. Motivo: a gravidade da agressão e o fato de o mesmo jogador já ter se envolvido em pelo menos dois atos de violência no futebol, mesmo que não tenham gerado processo.

Um mês antes do incidente, durante partida na qual sequer estava no banco de reservas, o meia-atacante bateu em um torcedor do clube e chegou a ser desligado do time, mas a direção voltou atrás. E sete anos antes recebeu cartão vermelho após aplicar um soco em colega do time adversário.

A trajetória de William Ribeiro no esporte foi iniciada nas categorias de base de clubes do Rio Grande do Sul, incluindo o Inter. Ele estava em sua terceira passagem pelo São Paulo de Rio Grande (18 jogos e dois gols desde que retornou), depois de vestir as camisas de outros 15 times do Estado.

(Marcello Campos)

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