Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 2 de setembro de 2022
Foram imunizadas nesta quarta-feira crianças que estavam com dose da pólio em atraso
Foto: Cristine Rochol/PMPACom o objetivo de estimular a atualização da caderneta de doses previstas no calendário brasileiro de imunização, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre se mantém mobilizada para a última semana da campanha de multivacinação da gurizada de até 14 anos. A ofensiva será encerrada no próximo sábado (9), em paralelo à aplicação de doses contra a poliomielite na faixa de 1 a 4 anos.
Em relação à multivacinação não há meta a ser atingida. Já no que se refere à gotinha extra contra a pólio (doença também conhecida como “paralisia infantil”), o índice considerado ideal é de 95% dos 66 mil gurias aptos ao procedimento na capital gaúcha.
“Com a ocorrência de casos mundiais de poliomielite e considerando-se a baixa cobertura vacinal na atualidade, há risco de o vírus da doença voltar a circular no País”, alerta a prefeitura.
As vacinas do calendário podem ser feitas ao mesmo tempo, incluindo a imunização contra covid. A recomendação é de que a situação vacinal das crianças e adolescentes seja verificada pelos pais ou responsáveis em uma das 123 de unidades da rede municipal de saúde que fornecem o serviço.
Com a campanha, o Ministério da Saúde pretende oportunizar ao maior número de pequenos cidadãos o acesso às vacinas oferecidas pelo Programa Nacional de Imunizações.
Também está na mira da iniciativa ampliar a cobertura vacinal brasileira, contribuir para a redução da incidência das doenças imunopreveníveis e manter controladas, eliminadas ou erradicadas as doenças imunopreveníveis, além de qualificar o combate ao sarampo e à febre-amarela em áreas com risco de transmissão para ambos os males.
Alerta reforçado
O diretor-adjunto de Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Benjamin Roitman, destaca que as vacinas são benéficas tanto quem pode receber a dose quanto as crianças e adolescentes que por alguma razão não podem receber imunizantes: “Quanto mais pessoas estiverem vacinadas, maior será a proteção individual e coletiva”.
Ele acrescenta que Porto Alegre precisa melhorar o índice de cobertura vacinal contra a pólio: “Isso só vai acontecer se as crianças que precisam receber a dose da vacina forem vacinadas”.
Em 2021, a cobertura vacinal contra poliomielite, calculada nas doses feitas em crianças com 1 ano de idade, ficou em 48%, quase a metade dos 95% preconizados como percentual de proteção.
Presidente da Câmara Técnica de Certificação de Erradicação da Poliomielite no Brasil junto à Organização Panamericana de Saúde (Opas), a infectologista e pediatra Luiza Helena Falleiros Arllant menciona o fato de a cobertura vacinal ter sido alta durante muito tempo:
“Isso significa que o vírus da doença não tinha risco de ser transmitido. Com o passar dos anos, porém, as pessoas foram diminuindo esse cuidado e deixando de levar as crianças a uma unidade de saúde para receber as doses”.
Ela acrescenta: “Muita gente não sabe, mas a pólio é uma doença muito grave, podendo deixar sequelas para toda a vida. Se a criança não estiver protegida e for infectada, não vai correr o risco de morrer, mas o vírus afetará o seu sistema nervoso, provocando lesões que levam à paralisia irreversível, principalmente nas pernas”.
(Marcello Campos)