Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2022
Principal explicação para a melhora são as expectativas dos micro e pequenos comerciantes para os próximos três a seis meses.
Foto: DivulgaçãoImpulsionada pelas “bondades” do governo, pela queda na inflação e pela melhora no mercado de trabalho, a confiança das micro e pequenas empresas atingiu 100,6 pontos em agosto. É o melhor resultado desde novembro de 2013, segundo informa o Sebrae. No entanto, alerta a entidade, o resultado deve ser visto com “parcimônia”.
O Índice de Confiança das Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE) estava abaixo dos 100 pontos, indicando desaceleração do mercado, desde dezembro de 2013. Resultados acima de 100 apontam para crescimento. O número é apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
“Em agosto, a confiança das micro e pequenas empresas retornou para a trajetória de recuperação iniciada em fevereiro”, comentou em nota o presidente do Sebrae, Carlos Melles. “Superar a marca dos 100 pontos indica uma expectativa melhor da economia e boas perspectivas do comércio”.
Melles comenta que os recursos disponibilizados pelo governo, a melhoria do mercado de trabalho e a desaceleração dos preços ajudaram no resultado.
Comércio
A confiança do comércio avançou 5,4 pontos no mês passado, atingindo 99,2 pontos. O setor de serviços, embora com alta de 0,5 ponto, mostra menor fôlego do que em meses anteriores. Já nas micro e pequenas indústrias o resultado apresentou redução de 1,4 ponto, a segunda queda consecutiva.
A principal explicação para a melhora da confiança são as expectativas dos micro e pequenos comerciantes para os próximos três a seis meses, que melhoraram 12,7 pontos. No entanto, eles consideram que a situação atual não é boa. Ao avaliarem o volume de demanda atual, apontaram para o pior resultado dos últimos quatro meses: 101,9 pontos.
“Esses dados revelam que a desaceleração da situação atual do comércio, verificada nos últimos quatro meses, deve ser revertida nos próximos três a seis meses e o setor deve ganhar novo fôlego, graças às medidas mais recentes do governo, como por exemplo, o aumento do valor do Auxílio Brasil”, avalia o Sebrae.
A confiança das micro e pequenas empresas do comércio aumentou em todas as regiões do país, aponta a pesquisa. O maior crescimento foi visto na região Sul, com elevação de 7,9 pontos, seguido pelo Nordeste, com 7,4 pontos. Influenciaram positivamente o resultado o comércio de motos e peças, material de construção e bens de consumo.
Serviços
A confiança das micro e pequenas empresas do setor de serviços atingiu em agosto 100,6 pontos, crescimento de 0,5 ponto em relação a julho. O resultado está em linha com o observado nas empresas do setor como um todo, que atingiu 100,7 pontos no mês, conforme a FGV.
Houve influência positiva nos serviços prestados a famílias, nos serviços de informação e comunicações e transportes. A influência negativa ficou por conta dos serviços profissionais. No corte por regiões, houve recuo de 7,2 pontos no Nordeste e aumento de 6,9 pontos no conjunto das regiões Norte e Centro-Oeste.
Indústria
Na indústria, a queda de 1,4 ponto é explicada principalmente pela piora na avaliação das demandas atual e prevista. Os segmentos de vestuário e indústria química influenciaram negativamente. Contribuições positivas vieram de alimentos e metalurgia. No corte por regiões, foi observada queda de 4,4 pontos no Sudeste e crescimento de 7 pontos no Sul.