Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de setembro de 2022
O Exército suspendeu na última sexta-feira (9) o certificado de registro de CAC (Caçador, Atirador desportivo e Colecionador de armas) do empresário Thiago Antonio Brennand Fernandes Vieira, que aparece em um vídeo gravado por câmera de segurança agredindo uma modelo em uma academia de luxo em um shopping em São Paulo e incentivando o filho dele, menor de 18 anos, a ofender a aluna.
Ainda na sexta passada, a Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) e tornou Thiago réu por lesão corporal e corrupção de menores neste caso. Os crimes foram cometidos em 3 de agosto deste ano e foram revelados pelo programa Fantástico, da TV Globo.
“Atendendo a sua solicitação, formulada por meio de mensagem eletrônica de 10 de setembro de 2022, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o cidadão em tela tem registro de CAC, porém teve seu Certificado de Registro (CR) suspenso no último dia 9 de setembro, imediatamente após figurar como averiguado em Boletim de Ocorrência da Polícia Civil”, informa trecho da nota enviada pela assessoria de imprensa do Exército ao portal de notícias G1, confirmando a suspensão de CAC de Thiago.
“O Exército está apoiando as investigações e, visando não prejudicá-las, fornecerá todos os dados exclusivamente às autoridades policiais. Cabe destacar que esse é o procedimento que tem pautado a relação de respeito do Exército Brasileiro com as demais instituições da República”, termina o comunicado do Exército sobre o empresário.
Como CAC, Thiago tinha o direito de usar e transportar armas para participar de eventos. Com a suspensão da licença pelo Exército, ele está temporariamente impedido de fazer isso.
A Justiça determinou ainda que Thiago tem dez dias para voltar ao Brasil depois de ter viajado aos Emirados Árabes Unidos no início de setembro. O homem de 42 anos também está proibido pela Justiça de frequentar academias, não pode se aproximar de testemunhas e tem de entregar o seu passaporte.
Em caso de descumprimento das medidas cautelares impostas, a Justiça poderá decretar a prisão preventiva de Thiago. A defesa do empresário alega que seu cliente viajou para Dubai em voo de carreira, “sem que existisse qualquer restrição que o impedisse de se ausentar do país”, que ele tem data para retorno ao Brasil, que deverá ser em outubro, e “e está à disposição de autoridades”.
O que diz o MP
Segundo o promotor Bruno César Cruz de Assis, todas as agressões contra a mulher ocorreram na presença do filho de Thiago, que foi induzido pelo comportamento do pai nas ofensas à mulher. Por envolver menor de idade, este caso foi encaminhado para análise da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude da capital.
O MP entendeu que o denunciado cometeu a corrupção do adolescente, o induzindo a praticar os atos infracionais de injúria e ameaça. A defesa do empresário foi procurada e informou que se manifestará apenas nos autos do processo.
Esse caso foi investigado pelo 15º Distrito Policial (DP), Itaim Bibi. Foram ouvidos Thiago, a vítima agredida, testemunhas e professores da academia, que expulsou o empresário.
A modelo e atriz Helena Gomes contou à Polícia Civil que é frequentadora da academia e que, desde que entrou, foi orientada por outras mulheres a se manter afastada de Thiago. Na ocasião em que treinavam no mesmo horário, o então aluno teria pegado o número de uma das mulheres e a convidado para sair. Com a recusa, ele teria passado a enviar mensagens ofensivas.
No dia da agressão investigada, o empresário foi em direção a Helena e mandou que saísse da frente dele, o que foi recusado. Em seguida, segundo a aluna, Thiago a agarrou pelos braços e a discussão começou.
Outra aluna contou que ouviu outra mulher falando que “não sairia” com Thiago. Outra testemunha disse que viu o empresário agarrar a aluna pelos cabelos e cuspir por três vezes no rosto dela. O filho do agressor então chamou uma das mulheres de “puta e vagabunda”, segundo os depoimentos.
Mais uma testemunha afirmou ter ouvido o investigado chamar a vítima de “fraca” e “pobre”. Um dos professores de musculação disse que não viu a confusão, mas encontrou um tufo de cabelo no chão, que seria da aluna. As informações são do portal de notícias G1.