Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de setembro de 2022
Em campanha eleitoral para retornar à Presidência da República (cargo que exerceu por dois mandatos consecutivos entre 2003 e 2010), o candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva fez uma provocação ao atual chefe do Executivo, ao encerrar neste domingo (18) uma série de comícios na Região Sul. “Eu precisava vir aqui desmentir que esta é terra de Jair Bolsonaro”, falou durante discurso.
“Outro dia, eu tinha marcado de vir aqui e não foi possível, por vários problemas. Foi quando vi na imprensa um senador dizer que eu não deveria aparecer em Santa Catarina porque é terra de Bolsonaro e eu não seria bem recebido. Certamente ele não está vendo e acompanhando pela internet esse nosso ato aqui em Florianópolis”.
Mas queria pedir ao companheiro Randolfe (Rodrigues, senador e um dos coordenadores da campanha petista) para levar até Brasília a fotografia aérea do comício em que estamos agora, para esse senhor saber que que, nem que ele gaste o orçamento secreto inteiro, vai conseguir juntar tamanha quantidade de gente.
Lula também ironizou a viagem de Bolsonaro à Londres (Inglaterra) para os funerais da rainha Elizabeth II: “Como ele está precisando de imagem em nível internacional, se ofereceu para ir ao enterro e foi até lá pensando que vai se encontrar com muito chefe de Estado, mas teve que fazer um discurso no balcão da Embaixada brasileira. E sabe o que ele foi criticar? A esquerda brasileira”.
Em outro momento de sua manifestação, o candidato petista voltou a chamar Bolsonaro de “genocida” e sugeriu que teria sido melhor à imagem do presidente visitar parentes de vítimas da pandemia de coronavírus:
“Não seria melhor que esse genocida tivesse visitado famílias que tiveram gente que morreu de covid? Ou que ele tivesse falado menos bobagem e liberado a vacina assim que a ciência autorizou?”.
Na sexta-feira, ele participou de atos eleitorais em Porto Alegre e no sábado esteve em Curitiba (PR). Em Florianópolis (SC) neste domingo, o petista subiu em palanque montado na Praça Tancredo Neves, em frente à Assembleia Legislativa, no Centro.
Fim do sigilo de Bolsonaro
Ao lado de seu candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), que não discursou, Lula prometeu i revogar o decreto de sigilo do governo Bolsonaro, “para descobrir o que ele está escondendo”, Também disse que fará amplos investimentos em educação, saúde e saneamento básico, alfinetando a existência de “praias maravilhosas de Florianópolis sem tratamento de esgoto”.
“Aí fico sabendo que nessas praias tão bonitas o esgoto é jogado in natura”, criticou. “Alguma coisa está errada com a elite brasileira. Mas não tem nada errado. É que ela não gosta de fazer esgoto porque é embaixo da terra e ninguém vê. O que gostam é de fazer ponte, viaduto, que as pessoas enxergam. Mas saneamento básico que gera emprego, qualifica a vida das pessoas, não é importante, as pessoas não veem.
O petista garantiu, ainda, que criara um Ministério da Mulher e um Ministério da Igualdade Racial, além da volta dos Ministérios da Pesca e da Cultura. Por fim, disse que, aos 76 anos, “está otimista e com energia de 30”.
Participaram do comício a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o candidato ao governo de Santa Catarina, Décio Lima (PT), e a vice na sua chapa, Bia Vargas (PSB), além do senador Dario Berger (PSB), candidato à reeleição.