Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2022
Após reunião nesta terça e quarta-feira (21), o Comitê de Polícia Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve manter a taxa básica Selic estável em 13,75%, avaliam analistas. De acordo com técnicos ligados ao banco BTG Pactual, o cenário mais provável é que o colegiado reforce em sua comunicação a perspectiva de uma política monetária apertada por mais tempo, em um esforço para ajustar a curva de juros.
“O BC deve seguir com os atuais níveis, mas reforçando suas preocupações externas e domésticas, a fim de manter clara a comunicação de que os juros não deverão ceder antes do primeiro semestre do próximo ano, reforçando o cenário de juros altos por mais tempo ao longo de 2023″, ressalta em relatório a equipe de macroeconomia e estratégia da instituição financeira.
De acordo com os economistas, o mais provável é que o Comitê de Política Monetária (Copom) traga uma discussão sobre o hiato do produto, diante do desempenho ainda forte da atividade. O BC também deve reforçar as incertezas externas, devido ao ambiente desafiador para a inflação no mundo. O último reajuste foi implementado no final de julho, quando a taxa subiu meio ponto percentual.
Divergência interna no Copom
Fontes ligadas ao BC garantem, no entanto, que os integrantes do colegiado estão divididos entre manter a taxa em 13,75% ao ano ou fazer uma nova elevação, fazendo com que o índice chegue a 14% ao ano. Caso a opção escolhida seja a do reajuste, a medida será influenciada pela recente alta de juros dos bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa.
Em comunicado após a mais recente reunião do Copom (a quinta de 2022), no início do mês passado, o comitê chamou a atenção para os riscos de que a inflação fique acima das expectativas em prazos mais longos, justificando assim a decisão do BC em não encerrar o ciclo de alta da Selic, na ocasião.
Desde então, o registro de duas deflações seguidas, em julho e agosto, aumentou as expectativas de que o BC encerre o ciclo de alta. A queda dos preços da energia elétrica e dos combustíveis fez a inflação oficial do País ficar abaixo de 10% nos 12 meses terminados em agosto. A Selic é o principal instrumento da instituição para controlar a inflação.
Ministro Guedes se manifesta
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que em 2023 ocorrerá uma desaceleração da taxa básica de juros da economia. A afirmação foi feita durante evento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) nesta segunda-feira (19).
“O que vamos observar para o ano que vem, possivelmente, são os juros descendo. Isso porque a inflação já vai estar mais baixa, mais próxima da meta, as previsões para o ano que vem já são de 5%. Então, a Selic já pode começar a descer gradualmente”, frisou.
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“Os juros reais estão altos justamente para derrubar a inflação, então é um componente de desaceleração cíclica. A economia poderia estar crescendo um pouco mais rápido, do ponto de vista de estrutura, de crescimento e tendência de longo prazo, mas há um componente de desaceleração cíclica pelo fato dos juros estarem altos”, completou o ministro.