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Mundo Não se sabe se as elites russas estarão dispostas a bancar a nova aposta de Putin ou se conspirarão para apeá-lo do poder

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Os dois países de que Putin mais depende para sustentar sua agressão à Ucrânia, China e Índia, manifestaram sua frustração com a duração do conflito

Foto: Twitter/Divulgação
Os dois países de que Putin mais depende para sustentar sua agressão à Ucrânia, China e Índia, manifestaram sua frustração com a duração do conflito. (Foto: Twitter/Divulgação)

Vladimir Putin marcou para os próximos dias plebiscitos que lhe permitirão anexar mais quatro regiões da Ucrânia invadidas por tropas russas no início do ano (a Crimeia foi anexada ainda em 2014). Convocou 300 mil reservistas para lutar na guerra e declarou que usaria “todos os meios” a seu alcance para defender a Rússia. A expressão foi interpretada como referência ao uso de armas nucleares, pois, a partir da anexação, qualquer ataque ucraniano na região em conflito poderia ser interpretado como agressão à Rússia e justificaria uma reação enérgica. Esse não é o único motivo para seu discurso despertar preocupação.

Desde a contraofensiva ucraniana que retomou vastas extensões do território ocupado neste mês, a Rússia se vê diante da pressão para reagir. Putin decidiu então dobrar a aposta. No discurso, passa a considerar o território ucraniano explicitamente como parte da Rússia ou dos países vizinhos. É como se seu objetivo fosse eliminar o país que vê como ameaça. Seu próximo passo seria declarar guerra formal não apenas contra a Ucrânia, mas contra a própria Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), vista por Putin como a força por trás da resistência ucraniana. É um cenário que obviamente não interessa a ninguém, nem mesmo a seus aliados.

Os dois países de que Putin mais depende para sustentar sua agressão à Ucrânia, China e Índia, manifestaram em encontro no último fim de semana sua frustração com a duração do conflito, que esperavam ser bem menor que os mais de seis meses pelos quais já se estende. Putin também aproveitou o inverno europeu para cortar o fornecimento de gás ao continente e tentar semear a divisão entre as democracias ocidentais que se opõem a seu projeto expansionista.

Paradoxalmente, suas provocações reiteradas têm contribuído para fazer o Ocidente superar divergências e cerrar fileiras no apoio à Ucrânia, como demonstram a adesão de Suécia e Finlândia à Otan e declarações recentes dos líderes de França, Alemanha e Estados Unidos. A convocação de reservistas também tende a ampliar as resistências a sua aventura militar dentro da própria Rússia. Não se sabe se as elites russas estarão dispostas a bancar a nova aposta de Putin ou se conspirarão para apeá-lo do poder.

No momento, a maior dificuldade é saber até que ponto Putin cumprirá suas ameaças. Ele já desafiou a incredulidade do mundo outras vezes. Mas, mesmo que se atenha ao uso de armas convencionais ou que apenas procure estender por mais alguns meses a guerra até chegar a um cessar-fogo em termos que julgue aceitáveis, o preço a pagar pelo desvario da guerra terá sido altíssimo. O Ocidente precisa naturalmente oferecer apoio aos ucranianos, mas antes de tudo pensar numa saída negociada que resgate a paz na região.

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