Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de setembro de 2022
Com o crescimento de sites de apostas estrangeiros no Brasil e o atual debate sobre a legalização das apostas esportivas, surge uma pergunta importante: como proteger os jogadores do vício e dos problemas que o jogo sem responsabilidade pode ocasionar?
A resposta está na adoção de Políticas de Jogo Responsável por parte das empresas e dos órgãos reguladores.
Para Ricardo Feijó, co-fundador do site Aposta Hub, mestre em Direito e advogado especialista na regulamentação dos jogos de azar no Brasil, a adoção do jogo responsável serve tanto para proteger o jogador, quanto para proteger o mercado.
Do lado das empresas, é extremamente importante que Políticas de Jogo Responsável sejam adotadas e praticadas, com treinamento e capacitação de funcionários, bem como com a adoção de práticas salutares no desenvolvimento de jogos e na publicidade das casas”, explica Ricardo.
Estas políticas beneficiam o crescimento do setor, que pode atrair mais investimento ao país, e ainda protegem os jogadores.
A maioria dos sites de apostas possuem políticas de jogo responsável, porém, o tema ainda é pouco desenvolvido para o tamanho do mercado brasileiro.
O que alguns sites de apostas já fazem:
– Estabelecem um limite na conta dos jogadores.
– Oferecem a opção de auto exclusão, ou seja, a conta é desativada automaticamente caso ultrapasse o limite definido.
– Disponibilizam contatos de instituições de saúde para ajuda psicológica.
– Possuem seções específicas em seus sites para alertar sobre o jogo. responsável
– Controlam o acesso aos sites, disponibilizando apenas a maiores de 18 anos.
Na Sportsbet.io, por exemplo, eles dão algumas recomendações aos clientes:
Ricardo Feijó, advogado que atua no setor de jogos, explica que há muito que pode ser feito no Brasil sobre a conscientização e promoção do jogo responsável.
“São necessárias campanhas de conscientização sobre o jogo e seus eventuais vícios. Além disso, deve-se promover estudos e pesquisas que produzam dados a respeito das apostas esportivas e seu efeito sobre a população jogadora”
Possível proibição de publicidade de casas de apostas
Em abril deste ano, o Comitê de Prática de Publicidade da Inglaterra anunciou medidas para proibir publicidade de casas de apostas através de influenciadores e esportistas famosos, com o objetivo de proteger menores de idade.
As medidas devem entrar em vigor em Outubro de 2022, um mês antes da Copa do Mundo.
As casas de apostas investem pesado no patrocínio de times de futebol, pois representam um grande público em potencial para as apostas esportivas. No Brasil, quase todos os times da Série A são patrocinados por casas de apostas, e fora do país não é diferente.
Todos os grandes times do futebol mundial possuem hoje um patrocinador master ou parceiro ligado às apostas.
Devido à falta de regulamentação no Brasil, as casas não possuem obrigação ou requisitos mínimos a cumprir sobre medidas de jogo responsável, o que deixa o mercado ainda mais vulnerável.
É por isso que a regulamentação das apostas deve ser incentivada, para que o setor possa estabelecer boas práticas e medidas obrigatórias para as empresas de jogos de azar.
De acordo com o Instituto Jogo Legal, um jogador responsável deve estar informado sobre as reais probabilidades de ganhar ou perder, apostar moderadamente e desfrutar das experiências de jogo em condições de baixo risco.