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Saúde Droga experimental para tratar Alzheimer deu resultados positivos para retardar o agravamento da doença

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Pesquisadores têm ampliado suas hipóteses para descobrir quem é o principal causador da perda de memória.

Foto: Reprodução
Pesquisadores têm ampliado suas hipóteses para descobrir quem é o principal causador da perda de memória. (Foto: Reprodução)

A empresa farmacêutica japonesa Eisai anunciou que a fase final do estudo com uma droga experimental para tratar Alzheimer deu resultados para retardar o agravamento da doença. Segundo esses dados preliminares, houve redução de 27% na piora dos sintomas.

Os resultados divulgados vieram do ensaio clínico, a terceira e última fase da sua análise sobre o lecanemab, um novo tratamento para a doenças neurodegenerativas que vem sendo investigado em parceria com a farmacêutica americana Biogen. Os dados ainda não foram revisados por pesquisadores externos nem publicados em revistas científicas.

O ensaio clínico começou em março de 2019 e envolveu 1.795 pessoas do Japão, Estados Unidos e Europa com deficiência cognitiva (demência) ou Alzheimer leve em estágio inicial com anormalidades confirmadas de beta-amiloide (uma proteína ligada ao desenvolvimento da doença).

Os pacientes foram divididos em dois grupos. Enquanto os membros de um receberam o medicamento uma vez a cada duas semanas durante 18 meses, o outro grupo recebeu placebo, para investigar mudanças em suas funções cognitivas.

Após um ano e meio, o grupo tratado com lecanemab apresentou redução de 27% no agravamento de sintomas em comparação com aquele que recebera placebo. Após seis meses “o tratamento mostrou mudanças estatisticamente significativas” na evolução cognitiva, conforme resultados do estudo. Outro teste com 111 pacientes na China já está em andamento.

Os dados inicialmente positivos também dão à Biogen uma segunda chance depois da fracassada tentativa da empresa com o outro remédio, o Aduhelm. Esse medicamento obteve aprovação regulatória no ano passado, apesar das limitadas evidências científicas de redução de declínio cognitivo. Mais tarde, o remédio se mostrou um fracasso comercial.

A Eisai prevê apresentar as conclusões de seu estudo no Congresso de Ensaios Clínicos sobre Alzheimer que será realizado nos Estados Unidos a partir de 29 de novembro. Ali, analisará suas conclusões com as autoridades reguladoras para requisitar, antes de março 2023, a aprovação do medicamento nos EUA, Japão e Europa.

“Uma desaceleração de 27% na deterioração parece um efeito modesto, mas para pacientes com Alzheimer, pode ser muito significativo”, disse Gil Rabinovici, neurologista da Universidade da Califórnia em São Francisco (EUA) ao jornal americano The Washington Post.

Os testes para o Aduhelm foram encerrados antes de serem concluídos, e uma análise post-hoc levantou uma série de questionamentos. Mas o estudo do Lecanemab, chamado Clarity AD, foi “concluído conforme o protocolo” e mostra que “reduzir a amiloide neste estágio pode se traduzir em uma desaceleração do declínio clínico”, afirma Rabinovici.

“Este é o primeiro remédio que demonstrou não apenas limpar o acúmulo da proteína amilóide no cérebro, mas também ter impacto pequeno, mas estatisticamente significativo, no declínio cognitivo em pessoas com Alzheimer em estágio inicial”, disse Susan Kohlhaas da Alzheimer’s UK, organização com sede no Reino Unido, especializada em estudos sobre a demência.

Pesquisadores têm ampliado suas hipóteses para descobrir quem é o principal causador da perda de memória e da capacidade de fazer tarefas cotidianas. Estão na mira da ciência novos suspeitos: acredita-se que a neuroinflamação, falhas na conexão entre um neurônio e outro e até defeitos no trabalho de eliminar o “lixo” do cérebro podem estar por trás do Alzheimer.

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