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Por Redação O Sul | 30 de setembro de 2022
De acordo com estudo publicado na revista científica Plos One, a hiperglicemia é a variável que mais impacta número de mortes por infarto. A ideia foi ajudar a encontrar estratégias mais eficazes para reduzir a incidência de doenças cardiovasculares, que ainda são as maiores causas de morte no Brasil.
O grupo usou métodos estatísticos para determinar o número de óbitos atribuídos a cada fator de risco (obesidade, colesterol alto, hipertensão e tabagismo). Embora a equipe tenha testado diferentes tipos de variável, modelos estatísticos e métodos, diabetes sempre se associava à mortalidade por doenças cardiovasculares.
“A associação não se restringia ao ano analisado, mas perdurava por até uma década”, apontam os pesquisadores. Segundo os autores, cerca de 5 mil pessoas não teriam morrido por doença cardiovascular no período analisado caso os índices de diabetes fossem menores na população. Por outro lado, pelo menos 17 mil mortes foram evitadas somente pela diminuição do consumo de cigarros ao longo de 12 anos.
O maior acesso à saúde básica é listado pelos pesquisadores como um dos responsáveis pela melhora nos índices da mortalidade e a incidência de doenças cardiovasculares.
Os pesquisadores também reforçam que o acesso ao sistema de saúde universal, com aumento na cobertura de atenção primária, tornou alta na população a taxa de controle da hipertensão. Vale ressaltar que a associação entre hiperglicemia e mortalidade por doença cardiovascular foi independente do nível socioeconômico e do acesso aos cuidados de saúde.
“Além de aumentar a renda, diminuir a desigualdade e a pobreza e ampliar a qualidade e o acesso à saúde, precisamos olhar para o diabetes e para a hiperglicemia de maneira específica. Precisamos de uma política de educação nutricional. Debater se vale a pena colocar uma tarja nos produtos açucarados com um alerta, como nas embalagens de cigarro”, conclui a equipe.
O que é pré-diabetes
A pré-diabetes, como pode-se presumir, é uma situação que antecede a diabetes e serve de alerta para evitar a progressão da doença. Normalmente, a pessoa descobre que é pré-diabética por meio de um exame de sangue, em que se pode observar os níveis de glicose.
Com isso em mente, é considerada pré-diabetes quando a glicemia de jejum está entre 100 e 125 mg/dl. O valor considerado normal da glicose em jejum é até 99 mg/dl. Assim, quando a pessoa apresenta glicemia em jejum superior a 100 mg/dl, o médico passa a monitorá-la regularmente para verificar os níveis de glicose no sangue. Vale ressaltar que outros exames que também servem para o diagnóstico da diabetes são a curva glicêmica e o teste da hemoglobina glicada. Nesses casos, os valores entre 5,7% e 6,4% são indicativos de pré-diabetes.
O tratamento da pré-diabetes envolve controlar a alimentação, diminuindo a ingestão de gorduras, do açúcar e do sal, e aumentando o consumo de alimentos ricos em fibras e proteínas, como arroz integral, vegetais de folha escura e feijão, para combater o excesso de açúcar no sangue. Os especialistas também recomendam atividades físicas e verificação recorrente do nível de glicose.
Diabetes
Quando a glicemia de jejum ultrapassa os 125 mg/dl, já pode se considerar diabetes. A doença pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, a diabetes pode levar à morte. A doença é causada por uma deficiência da produção de um hormônio chamado insulina, secretado pelo pâncreas, e se divide em praticamente em dois tipos: diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2.