Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de outubro de 2022
Enquanto diversos candidatos apostaram no vínculo direto com o presidente Jair Bolsonaro (PL) para disputar as eleições deste ano, houve também casos daqueles antigos aliados que investiram nas críticas ao mandatário como uma das bandeiras de campanha.
De Joice Hasselmann a Alexandre Frota, alguns dos deputados federais que foram eleitos em 2018 na onda bolsonarista, saiba como nomes que passaram de partidários para desafetos de Bolsonaro nos últimos quatro anos se saíram nas urnas.
Joice Hasselmann
Deputada federal por São Paulo, a jornalista tornou-se, em 2018, a mulher mais votada da História para a Câmara, com pouco mais de 1 milhão de votos. À época, ela fazia parte do PSL, então partido de Bolsonaro, de quem era ferrenha defensora. Hasselmann chegou a ocupar o posto de líder do governo no Congresso em 2019, mas acabou destituída no mesmo ano após divergências com o presidente.
Em 2020, a parlamentar disputou a prefeitura de São Paulo e amargou um sétimo lugar. No ano seguinte, Joice trocou o PSL pelo PSDB e rompeu com Bolsonaro em meio a críticas sobre a condução da pandemia da covid. Nesse domingo (2), Joice recebeu pouco menos de 14 mil votos – um decréscimo de mais de 1 milhão – e não se reelegeu.
Luciano Bivar
Presidente do PSL quando Bolsonaro elegeu-se pela sigla, o deputado federal Luciano Bivar (União-PE) não demorou a entrar em confronto com o ex-aliado por conta de disputas internas pelo controle do partido.
O chefe do Executivo acabou deixando a legenda e filiando-se ao PL. Já o PSL se fundiu com o Democratas e deu origem ao União Brasil, maior partido do País na atualidade e comandado por Bivar. O parlamentar chegou a anunciar que disputaria a Presidência, mas preferiu tentar o retorno à Câmara. Bivar conquistou a reeleição.
Delegado Waldir
Deputado federal por Goiás, Delegado Waldir (União) chegou a ser líder do governo na Câmara, mas, assim como Bivar, acabou rompendo com o bolsonarismo em virtude das brigas por poder dentro do PSL. No auge do enfrentamento, afirmou, em um áudio vazado, que iria “implodir o presidente”, chamado por ele de “vagabundo”.
Embora tente, hoje, minimizar os atritos do passado, o delegado e Bolsonaro nunca mais se aproximaram. Desta vez, o parlamentar tentou uma vaga no Senado, mas, na terceira posição, não conseguiu se eleger.
Kim Kataguiri
O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) é fundador do Movimento Brasil Livre (MBL), que ganhou tração nos protestos de 2013 e foi um dos pilares de apoio ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele se aproximou gradativamente de Bolsonaro até a eleição de 2018, quando foi eleito com o apoio do mandatário.
Passada a posse, contudo, Kim afastou-se cada vez mais do presidente e chegou a defender o impeachment do chefe do Executivo. Ainda assim, o parlamentar foi reeleito para mais um mandato na Câmara com votação expressiva, seduzindo cerca de 300 mil eleitores e ficando entre os dez deputados mais escolhidos pelos paulistas.
Janaina Paschoal
Advogada, a deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB-SP) foi uma das autoras da petição que deu início ao processo de impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. Dois anos depois, chegou a ser cogitada como vice na chapa de Bolsonaro, mas acabou saindo candidata a deputada estadual em São Paulo. Na época, alcançou a marca recorde de mais de 2 milhões de votos – o máximo que um parlamentar já recebeu no Brasil.
Durante os quatro anos, no entanto, ela se afastou do presidente, especialmente devido à resposta do mandatário à pandemia da covid. Neste ano, ela buscou uma vaga no Senado contra o ex-ministro bolsonarista Marcos Pontes, que recebeu o apoio de Bolsonaro. “Eu não esperava era que ele (Bolsonaro) atuasse para me atrapalhar”, reclamou Janaina em dado momento da campanha. Apesar da votação expressiva em 2018, ela não conseguiu se eleger, ficando na quarta posição com pouco mais de 2% dos votos.
Alexandre Frota
Identificado com pautas da direita, o ator Alexandre Frota (PSDB-SP) decidiu entrar para a política partidária em 2018, pelo PSL de Bolsonaro, de quem era apoiador irrestrito. Eleito deputado federal por São Paulo, foi um dos primeiros a abandonar o barco, sendo expulso do partido já no primeiro ano de mandato, após tecer críticas ao ex-aliado. Afastado do bolsonarismo, Frota decidiu lançar-se a um cargo menos concorrido na Assembleia Legislativa paulista, mas com pouco mais de 24 mil votos, não conseguiu se eleger.