Sábado, 19 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 5 de outubro de 2022
O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (5), com investidores buscando segurança com a volta do temor de aperto monetário por parte dos principais bancos centrais do mundo, enquanto o noticiário eleitoral continua no radar. A moeda norte-americana subiu 0,31%, cotada a R$ 5,1840.
No dia anterior, o dólar caiu 0,14%, a R$ 5,1674. Com o resultado de hoje, passou a acumular queda de 3,89% no mês e 7,01% no ano frente ao real.
O início da semana foi marcado por apetite por risco no mundo inteiro, depois que dados norte-americanos de emprego e indústria sugeriram que a economia dos Estados Unidos estaria perdendo fôlego. Isso levantou esperanças de que o Federal Reserve (BC dos EUA) poderia moderar seu ritmo de aperto monetário de forma a poupar o crescimento, expectativa que foi alimentada na véspera pela decisão do banco central da Austrália de subir sua taxa de juros em dose menor do que o esperado.
“A impressão de um pretenso topo dos juros americanos criou até ontem a falsa sensação de que o caminho para um maior apetite de prêmio de maior risco estava aberto, o que não se alinha com a realidade dos indicadores econômicos”, avaliou em nota à Reuters Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
“O problema é que, assim como na Europa, a inflação nos EUA continua presente, especialmente nos núcleos e sem sinais claros de alívio, portanto, há pouco que Fed possa fazer, a não ser persistir com a normalização dos juros.”
Colaborando para a perspectiva de resiliência do mercado de trabalho e, consequentemente, da inflação, dados desta quarta-feira mostraram que foram criados mais postos de trabalho do que o esperado no setor privado dos EUA no mês passado.
Custos de empréstimo mais altos nos EUA são vistos como fator de impulso para o dólar tanto por tornarem os retornos do mercado de renda fixa norte-americano mais atraentes quanto por levantarem temores de recessão, já que tendem a restringir os gastos de empresas e famílias. O dólar é considerado aposta segura em momentos de turbulência econômica e geopolítica.
Cenário local
No cenário local, as campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) seguem se movimentando em busca de apoios depois de um primeiro turno eleitoral muito mais apertado do que o esperado.
Apesar de num primeiro momento os resultados do 1º turno terem repercutido positivamente entre os investidores, analistas alertam que a moeda pode começar a ficar mais sensível ao noticiário eleitoral diante da perspectiva de uma disputa acirrada no 2º turno.
Entre os dados econômicos, o IBGE informou nesta quarta que a produção industrial brasileira caiu 0,6 % na passagem de julho para agosto. Na comparação com agosto de 2021, houve crescimento de 2,8%. No ano, a indústria acumula queda de 1,3% e, em 12 meses, de 2,7%.