Segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
22°
Mostly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Ali Klemt Das portas que não se abriram

Compartilhe esta notícia:

Desenvolver essa fé inabalável requer esforço, tempo, dedicação, amor no coração e, principalmente, autoconhecimento. (Foto: Freepik)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Já aconteceu de você querer tanto, mas tanto, alguma coisa a ponto de pedir para tudo que é santo, rezar, fazer promessa, acionar contatos, inventar mandingas? Acordar e dormir pensando no seu objetivo? Escrever no mural de desejos, solicitar apoio às amigas, à família e, se bobear, até à galera do outro plano espiritual (vai que rola uma ajudinha lá de cima…)?

Todo mundo passa por momentos assim: situações-chave que se tornam quase como uma obsessão e que, na nossa mente, podem simbolizar uma chance de virada. Um “turning point”. E aí é aquela expectativa. De repente dá. Ou não. Certas portas não devem ser abertas.

Já ouviu a expressão “se você precisa esmurrar a porta para que ela se abra, então não é a sua porta”? Pois eu demorei anos para entender a profundidade dessa afirmação. Há muito tempo, quando ainda trabalhava como advogada, surgiu uma oportunidade profissional que me interessava muito. Eu queria demais que acontecesse e que desse “certo”. Para isso, aproveitei a presença da minha avó, uma católica fervorosa (até hoje ela cobra que eu reze todas as noites e vá à missa aos domingos) e uma pessoa de muita fé. “Vó, reza pra que eu consiga essa chance. É muito importante para mim”. Poxa, minha avó, né? Eu não ia perder a oportunidade de contar com o seu auxílio no contato direto com Ele lá em cima (na época, me parecia mais efetivo). Ao que a Dona Carmen, do alto da sua sabedoria, me disse: “minha neta, eu vou rezar, é claro. Vou rezar muito para que aconteça o que for melhor para você”.

Poxa, vó, não era bem isso o que eu queria ouvir…

Corta para 2 décadas depois e cá estou eu, com uma carreira abandonada em troca da possibilidade de buscar a felicidade diária no trabalho. Foi isso, afinal, que me fez trocar de profissão: eu queria ser feliz de segunda a segunda. Ter um propósito que justificasse o tempo longe dos meus filhos. Sentir o brilho no olhar de quem é apaixonado pelo que faz.

Olhando em retrospecto, tudo fez sentido. Os momentos em que me senti desconfortável porque aquilo não era pra mim. As vezes em que fiz exercícios de reflexão para tentar entender por que, afinal, eu estava ali. E, por outro lado, as minhas conquistas, os meus aprendizados, a minha inquietude, as minhas descobertas. As pessoas que cruzaram meu caminho. As minhas escolhas. Tudo, absolutamente tudo, aconteceu do jeito que precisava acontecer para eu estar neste exato lugar neste preciso momento.

Estou falando de carreira, mas isso acontece nas relações amorosas, nas ligações familiares, na jornada de autoconhecimento que cada um de nós faz durante essa vida… sabe aquele carinha que te ignorou por anos, enquanto você se esforçava para fazer a relação engrenar? Ou aquela amizade em que você era a amiga que mais investia? A casa que você “namorava” e que acabou sendo vendida rápido demais ou a viagem que acabou não rolando? “Não era pra ser” vão te dizer e, lá no fundo, o seu coração frustrado terá raiva da pobre pessoa que está ali para te consolar.

Só que não era para ser. Você acabou encontrando o seu grande amor depois de se livrar do traste, melhorou de vida depois de se livrar da amizade tóxica, acabou comprando um apê muito mais bem localizado pela pechincha que apareceu uns dias depois ou teve uma enorme oportunidade porque estava trabalhando ao invés de estar passeando pelo exterior. Daí a grande “sacada”: compreender que essas sacanagens da vida são apenas percalços da estrada.

Não se trata de conformismo – mas não é fácil, eu sei. Por isso, eu vou te contar o segredinho que muda tudo: fé. A crença inabalável de que os passos da sua caminhada não são em vão e de que tudo faz sentido.

Desenvolver essa fé inabalável, contudo, requer esforço, tempo, dedicação, amor no coração e, principalmente, autoconhecimento. E é aqui que proponho a você uma enorme, estupenda mudança na sua vida: mergulhe dentro de si. Não há outra forma de evoluir. E o melhor de tudo: essa é a única porta que você sequer precisa abrir.

Ah! Aquela oportunidade que não me foi dada? Nem me lembro. Realmente não era para mim.

 

Ali Klemt
Apresentadora de TV

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Ali Klemt

Em má hora
2022 foi a eleição em que os ricos se deram mal
https://www.osul.com.br/das-portas-que-nao-se-abriram/ Das portas que não se abriram 2022-10-16
Deixe seu comentário
Pode te interessar