Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de outubro de 2022
A Polícia Civil do Pará confirmou neste sábado (15) a prisão da advogada Juliana Giugni Cavalcante Soriano de Mello, suspeita de matar a própria mãe. Ela prestou depoimento na Divisão de Homicídios em Belém e, logo em seguida, foi encaminhada ao sistema penitenciário, onde deve permanecer à disposição da Justiça.
O inquérito prossegue sob sigilo. A defesa de Juliana Giugni afirma que vai provar na Justiça que ela não é autora do crime. Na semana passada, a Justiça do Pará decretou a prisão preventiva de Juliana pelo crime de homicídio triplamente qualificado. O crime foi cometido em janeiro no bairro de Batista Campos, zona nobre da capital paraense.
A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público (MP) e aceita pelo juiz da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, João Augusto de Oliveira Júnior. O magistrado também determinou a instauração de incidente de insanidade mental para a ré.
Inicialmente, outro filho da vítima, Leonardo Felipe Giugni Bahia, foi denunciado como autor do assassinato e por tentativa de assassinato da irmã. Mas após novas perícias o promotor Franklin Lobato Prado concluiu que o feminicídio contra a mãe foi praticado por Juliana, sendo seu irmão coautor.
As provas e testemunhos recolhidos pelo Ministério Público foram incluídos na denúncia por meio de aditamentos. Após os depoimentos apontarem que Juliana tentou alterar as provas processuais, intimidar as testemunhas e que poderia tentar fugir, o MP requereu a prisão preventiva.
As testemunhas ouvidas relataram que a acusada retirou objetos do apartamento, alguns dias após o crime ter ocorrido. Uma funcionária do condomínio relatou que a ré solicitou a retirada do colchão onde a mãe foi assassinada, com o pretexto de que os vizinhos estariam reclamando do cheiro de sangue, o que não foi confirmado pela funcionária.
No segundo depoimento, um morador relatou que encontrou a acusada na garagem do condomínio com cerca de três malas, algumas caixas e sacolas retiradas do apartamento.
Dentre as solicitações do Ministério Público à Polícia Civil estão a oitiva de vizinhos e porteiros, exame de sanidade mental dos acusados e interceptação de comunicações telefônicas dos acusados.
Conforme Rodrigo Godinho, advogado da ré, a família não acredita que uliana Mello seja autora do crime, porque as provas técnicas mostram que Leonardo [o irmão] agiu do mesmo modus operandi com a Juliana, como agiu com a mãe.
Ainda segundo o advogado, “os laudos periciais mostram material genético do Leonardo nas unhas da vítima, e o laudo de lesão corporal dele mostra a lesão de unha, porém essa prova técnica não fora levada em consideração”, afirma.
Rodrigo Godinho também apresentou um áudio, na qual Leonardo Bahia conversa com a então namorada no dia do crime. Neste áudio, Leonardo diz que no fundo sempre precisou de ajuda e que tinha surtado.
O crime
Em 18 de janeiro deste ano, o advogado Leonardo Felipe Giuni Bahia foi preso suspeito de matar a própria mãe a facadas dentro do apartamento da família, no bairro Batista Campos, em Belém. Na época, a investigação mencionou surto psicótico, já que o acusado disse não lembrar do que havia acontecido, apesar de ter confessado o crime – Ele mesmo chamou a Polícia e se entregou.
“Com base em nossa experiência, os autores que passam por surto psicótico e cometem homicídio sempre têm esse lapso de memória. Ele não recorda, em momento algum, o que aconteceu”, informou o delegado na época. Leonardo também foi acusado de ferir a irmã na mão e na perna direitas.
Em junho deste ano, a Promotoria de Justiça de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do MPPA concluiu que ficou comprovado que o feminicídio contra a mãe foi praticado pela irmã do advogado, Juliana Giuni Cavalcante Soriano de Mello. Já o irmão foi apontado como co-autor.