Segunda-feira, 18 de novembro de 2024
Por Leandro Mazzini | 17 de outubro de 2022
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A turma comissionada do 2º escalão da Agência Nacional de Transportes Terrestres quer garantir bons contratos para parceiros, se o Governo atual não se reeleger. Só para a renovação do aluguel da sede serão estupendos R$ 28,8 milhões – a agência não informa o período. As consultorias também renderão a terceirizados. “Serviços técnicos especializados de apoio em engenharia consultiva, gerenciamento e operação das demandas dos empreendimentos de ampliação de infraestrutura e logística e programas governamentais” (ufa!) custarão R$ 16 milhões apenas num contrato. Outros assinados do mesmo tipo, de R$ 3 milhões a R$ 6 milhões, abrangem “engenharia consultiva” para obras em estradas. Há curioso acordo de R$ 18,8 milhões para “Serviços de apoio administrativo para atendimento das necessidades da sede”. Em nota, a ANTT não detalha os acordos e informa que os contratos são públicos e “têm a finalidade de apoiar a sua missão institucional e atribuições legais”.
Taxiando no boleto
O Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Secretaria de Saúde do Estado do Paraná não dispõem de orçamento extra para pagar taxas de hangaragem das suas aeronaves nos aeroportos de Bacacheri, Afonso Pena, Londrina e Foz do Iguaçu, no Paraná, que foram concedidos. Não são proibidos de operar – por questões de prioridade, como operações e transportes de órgãos – mas a conta só cresce na mesa dos gestores. Um PL do senador Nelsinho Trad (PSD), que isenta essas aeronaves de “pedágio”, segue hangarado numa gaveta da Casa.
Volta do sindical?
Enquanto mira a classe trabalhadora bradando que ela vai rever tempos de glória dos direitos, o candidato Lula da Silva (PT) estica prosa com o patronato. Ele não é louco de desfigurar a reforma trabalhista aprovada, garante um aliado. A única mudança, caso seja eleito presidente, será a volta do imposto sindical para fortalecer as centrais. O mesmo imposto que por décadas pagou gastos altos e bancou regalias de diretores.
Aécio no circuito
Outrora um rei no salão verde, hoje esnobado, o tucano Aécio Neves (MG) quase não se elegeu deputado federal – ficou em 34º lugar das 54 vagas do Estado, com 85 mil votos. Mas não perdeu os anéis do poder no Congresso. Articula para presidir de novo a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. A CREDN tem boa interface com o Itamaraty e garantia de viagens internacionais no “circuito Elizabeth Arden”.
O laguinho
Eleito senador pelo Rio Grande do Sul, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) não sentirá falta do laguinho do Palácio do Jaburu. No início do mandato, animado com as braçadas na piscina, resolveu remar de caiaque no laguinho (destaque-se, não é o Lago Paranoá). Ele tombou do caiaque e se afogava, quando foi salvo por dois seguranças que mergulharam de paletó, às braçadas. Orgulho ferido, deu uma baita bronca na dupla.
Heliponto da “Ferrari”
A Aeronáutica deu autorização (Pedido Nº 692/SAGA) para publicação do Plano Básico de Zona de Proteção de um heliponto de torre residencial de luxo, projetada pelo renomado estúdio italiano Pininfarina – o mesmo que desenha as Ferraris. Será de frente a uma praia de Fortaleza. Terá 50 andares, com apartamentos de 425m². Cada um custa, por baixo, R$ 6,5 milhões.
Colaboraram Walmor Parente, Carolina Freitas, Sara Moreira e Izânio Façanha (charge)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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