Segunda-feira, 21 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 16 de outubro de 2022
Em uma nova tentativa de evitar a fuga de dólares, a Argentina criou mais três cotações para a conversão de pesos argentinos para a moeda americana, chamadas “dólar Coldplay”, “dólar Qatar” e “dólar Luxo”. Ao todo, hoje são pelo menos 14 cotações diferentes para o dólar no país.
Uma recente reportagem da agência EFE, no entanto, apontava que o número pode ser ainda maior, contando opções quase nunca usadas. O total poderia chegar a 30 variedades diferentes de “dólar”
Criado para a Copa do Mundo, o “dólar Qatar” será aplicado ao consumo em dólares com cartões de crédito e débito, pacotes turísticos e passagens acima de US$ 300, a uma taxa de câmbio de 300 pesos argentinos por unidade.
Já o “dólar Coldplay” vale cerca de 204 pesos, taxa de câmbio mais cara do que a aplicada no pagamento de importação de serviços. O “dólar Luxo”, usado para compra de artigos de luxo importados, terá a mesma cotação do “dólar Qatar”.
Segundo Alexandre Jorge Chaia, professor do Insper, as diferentes cotações do dólar na Argentina são uma forma de o governo criar impostos sem chamá-los de impostos.
Saiba quais são as principais cotações da moeda norte-america no país vizinho.
– Dólar oficial: Tem a cotação controlada pelo Banco Central e tem canais de venda de varejo e atacado.
– Dólar blue: Nome dado à compra da moeda no mercado ilegal. Essa é a forma mais comum para os argentinos comprarem a moeda americana. Turistas brasileiros também têm usado essa conversão para ter maior poder de compra na Argentina.
– Dólar de poupança: Obtido por meio da compra do dólar oficial para poupança ou turismo. Há limite de aquisição de US$ 200 ao mês.
– Dólar Netflix: Usada para pagar serviços de streaming de vídeo, como HBO, Disney Plus, Spotify, Amazon Prime e, claro, Netflix. Há uma sobretaxa de 74% para os argentinos que contratam esses serviços.
– Câmbio de dólar (ou MEP): Essa é uma maneira legal de obter moeda americana por meio da compra e venda de títulos listados em pesos. Esses títulos são, então, convertidos para o mesmo título cotado em dólar, e vendidos na moeda americana.
– Cartão em dólares: Valor do dólar para quem usar o cartão de crédito para pagar serviços em dólar ou em viagens realizadas ao exterior.
– Dólar CCL: Essa é a principal forma de tirar a moeda legalmente do país. O chamado dólar “contado com liquidação” é um recurso que permite a troca de pesos argentinos por dólares no exterior. A ferramenta financeira é utilizada por empresas e investidores. As ações ou títulos de dívida são comprados em pesos no país e também em um mercado internacional. Depois, eles podem ser vendidos em dólar.
– Techno dollar: Esse é o nome dado para a cotação adotada para isentar empresas de tecnologia que façam investimentos superiores a US$ 3 milhões da obrigação de liquidar um valor equivalente a 20% no Mercado Único de Câmbio.
– Dólar Senebi: Tem seu valor acertado por entidades privadas, por meio do Segmento de Negociação Bilateral (Senebi). Essa operação paralela surge da compra e venda de bônus, com preços acordados entre grandes empresas. Não há intervenção do Banco Central nem volume mínimos para operar.
– Dólar de Cedro: Esse é o nome dado para os Certificados de Depósito Argentinos, que representam ações de grandes empresas internacionais. Pagos em pesos argentinos, eles estão atrelados ao dólar CCL, e a taxa de câmbio pode mudar de acordo com a empresa.
– Dólar criptográfico: Essa cotação é acessada por meio de plataformas de câmbio de criptomoedas, que negociam ativos que têm paridade com o dólar.