Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 17 de outubro de 2022
O palacete francês, totalmente clássico, aposta na simetria estética e no equilíbrio da volumetria para impactar desde a fachada.
Foto: Felipe ValdugaHospedar-se em uma das 34 suítes do Hotel boutique Colline de France é embarcar em uma epopéia à França Imperial, dos romances líricos que inspiram clássicos da literatura e da sétima arte. Com 2,7 mil metros quadrados de área construída, o projeto é inspirado no Segundo Império Francês – marcado pelo luxo intimista, pelos detalhes rebuscados e pelas surpresas ao descortinar de cada novo cômodo. Quem assina a concepção de interiores é o designer Roberto Wazlawick e a criação da fachada é do escritório gaúcho Mottin Favero Arquitetura.
A matéria-prima escolhida para a edificação contempla mármores exóticos a peças esculpidas à mão; entre os acabamentos, há folhas de ouro de 24 quilates. Um exemplo de marmoraria rara é a pedra em Napoleon Bordeaux, a escolha para a suíte inspirada nas nuances da marca Loubottin, com seus traços singulares e tons terrosos.
Outra suíte marcante do hotel é inspirada na paleta de cores da Tiffany & Co., uma das marcas de jóias mais desejadas do mundo. A composição do clássico azul turquesa fez uso do imponente mármore italiano Carrara Gióia. Áreas comuns da hospedagem, como o lobby e o restaurante, também contam com acabamento de rochas naturais únicas e raramente aplicadas a construções.
Roberto Wazlawick explica que, desde a concepção do projeto, a busca sempre foi pelo raro e pela singularidade do belo. “Utilizamos rochas naturais para a valorização dos ambientes, bem como abusamos de peças esculpidas à mão, muitas delas feitas exclusivamente para esta composição”, relata. Passeando pela história, a inspiração estaciona no final do século XIX e início do século XX, no estilo clássico de obras suntuosas.
Simetria e volumetria
As arquitetas Larissa Mottin e Rúbia Favero, fundadoras do escritório Mottin Favero Arquitetura, têm como um dos principais nichos de negócio projetos para hotéis e resorts de alto padrão. No Colline, buscaram criar uma atmosfera européia bem no meio da Serra do Sul. O palacete francês, totalmente clássico, aposta na simetria estética e no equilíbrio da volumetria para impactar desde a fachada.
Elementos tradicionais do estilo de referência foram utilizados, tais como bandeira superior em arco nas esquadrias, balcões e chafariz, além de ornamentos na fotografia frontal, como frisos, negativos e gradis. A planta em “U” envolve o hóspede antes mesmo dele cruzar a porta principal. Otimizando a qualidade do espaço interno, o número de apartamentos foi reduzido, propiciando acomodações amplas e confortáveis. As trapeiras, em arco ou de duas águas, tornam a composição da cobertura mais dinâmica, prezando pela qualidade de iluminação para o aproveitamento de ambientes abaixo do telhado.
A porta principal tem seu design inspirado em contos de fada para trazer uma atmosfera de magia na entrada da edificação. Entre a fonte e o centro, onde se localiza o primeiro contato visual do palacete com o hóspede, é marcado por um oitão e uma sequência de sacadas finas e harmoniosas. As outras duas extremidades são uma o espelho da outra e também são finalizadas por uma composição de oitões.
Os proprietários do hotel boutique, Ana Clara Grings Tomazi e Jonas Caliari Tomazi, encomendaram a obra que remete o hóspede à Europa. “Nosso diferencial competitivo passa pelo encantamento, pela experiência de servir com total personalização, e a arquitetura dialoga com essa proposta de luxo e exclusividade“, reforça Jonas.
Fotos: Felipe Valduga