Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Pedro Marques | 20 de outubro de 2022
Foram três blocos que totalizaram pouco mais de uma hora, tempo durante o qual os postulantes ao Piratini puderam discutir suas propostas.
Foto: OSul/DivulgaçãoOs dois candidatos que disputam o segundo turno para o governo do Rio Grande do Sul voltaram a se enfrentar nesta quinta-feira (20), em debate promovido pela Rede Pampa. Durante pouco mais de uma hora, Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL) confrontaram ideias e, como em outros encontros, trocaram farpas.
O quarto debate para o segundo turno ao governo gaúcho teve mediação do comunicador Paulo Sérgio Pinto e transmissão ao vivo pelas quatro emissoras do grupo, além das mais de cem retransmissoras da TV Pampa em todo o Estado.
Foram três blocos durante os quais os postulantes ao cargo máximo do Executivo gaúcho puderam apresentar e discutir suas propostas.
Por sorteio, Onyx foi o primeiro a fazer sua apresentação. Ele citou o apoio de parte do MDB gaúcho, entre eles o do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo. Já Leite falou sobre a antecipação do 13º salário dos servidores e da reorganização das finanças: “A gente pagou as dívidas com os municípios e organizou as contas do Estado”.
Já sobre a privatização das empresas estatais, Leite respondeu o questionamento do seu adversário a respeito da promessa de suspender o processo de privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Onyx rebateu que o modelo encaminhado pelo governo gaúcho foi mal feito. “Foi irresponsável o modelo de privatização. Quem mandou parar foi o Tribunal de Contas”, disse o candidato do PL. Além disso, afirmou que privatizará a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).
Os momentos de tensão começaram logo cedo, quando Leite disse “quem tem problema na Justiça é o senhor, o crime de caixa 2. Só o senhor teve que fazer acordo com a Justiça para não ser processado”. Em resposta, Onyx afirmou que “o Rio Grande me conhece e sabe que sou confiável. Quem tem que explicar sobre corrupção é o senhor, como no caso da EGR”. O tucano reagiu: “O senhor é um risco para o Estado, uma ameaça”.
Também voltou a pauta o tema da disputa presidencial entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). “O dono do muro é o diabo. Tem que ter coragem. Todo mundo sabe que desde abril de 2017 eu assumi um lado no Brasil. O lado de Jair Bolsonaro, do País verde e amarelo, que combate a mentira”, prosseguiu Onyx.
Leite rebateu: “O senhor renunciou à vacina, renunciou à ética, renunciou até mesmo à cordialidade. Incapaz de apertar a mão de quem apenas pensa diferente”. Onyx respondeu: “O senhor cravou uma série de facas nas costas de Bolsonaro”. Leite afirmou ainda que nunca precisou “se pendurar” em alguém para receber votos: “Minha posição é em defesa do Rio Grande”. Ao que Onyx retrucou: “Não me pendurei em Bolsonaro. Fui coluna”.
Em mais um momento de troca de farpas, Onyx afirmou que Leite praticou “bullying” contra ele. O ex-ministro disse que o adversário criou “apelidos” para desmoralizá-lo. Ele ainda questionou a respeito da “pensão” que Leite pediu durante o governo e citou a idade do adversário, 37 anos.
Leite salientou ser o único dos ex-governadores do Rio Grande do Sul que não recebe pensão de ex-chefe do Executivo do estadual. Também citou o fato de Onyx ser beneficiário da pensão de ex-deputado federal e tornou a falar sobre as acusações de caixa 2 contra o adversário.
O tema da imunização contra covid também foi outro assunto a ser abordado. Leite falou que Onyx “é um candidato que rejeita as vacinas e, por conta disso, doenças como a poliomielite estão retornando”. Onyx, por sua vez, disse ter ajudado o governo federal a comprar 600 milhões de doses de vacina contra o coronavírus. O candidato alegou não ter se vacinado porque aliou ao que considera “verdadeira ciência”.
Reta final
Em suas considerações finais, Leite admitiu que “não está tudo perfeito e nada às mil maravilhas. Mas também não está o horror que meu adversário tenta pintar”. Já Onyx declarou que “o Rio Grande do Sul não consegue guardar água e implementar um programa de irrigação. Vamos fazer um programa igual a Egito e Iêmen”. (Pedro Marques)