Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de outubro de 2022
O País cresce enquanto a recessão assombra o mundo, dizem os analistas.
Foto: WS/DivulgaçãoBanqueiros de Wall Street enxergam o Brasil sem grande disrupção à frente, independentemente de quem vença nas urnas no segundo turno: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Fontes que participaram das tradicionais reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, além dos diversos eventos paralelos que movimentaram a capital norte-americana entre os últimos dias 10 e 16, disseram que executivos de instituições financeiras dos EUA, da Europa e do Reino Unido avaliaram que o Congresso inclinado à direita é “peça-chave” para evitar mudanças mais drásticas no País.
Em meio a um cenário macroeconômico desafiador, a mensagem de encontros que ocorreram às margens das reuniões anuais do FMI foi a de que o Brasil se destaca em relação a pares na América Latina e também no mundo, em alguns aspectos. O País cresce enquanto a recessão assombra o mundo, subiu os juros antes e a inflação começa a dar uma trégua, com três meses consecutivos de queda, mas o fiscal ainda preocupa – e muito.
“O consenso em Washington foi o de que não há espaço para grandes disrupções no Brasil, independente de troca de governo… Grandes mudanças na economia. Por quê? O fator chave: o Congresso inclinado à direita. O pessoal gostou”, afirmou um banqueiro.
Outro, também na condição de anonimato, reforça que parte do risco deixou de existir no 1º turno, com o equilíbrio das forças no Congresso. “Se for o Lula, o Congresso é mais à direita, então, vai segurá-lo em eventuais movimentos agressivos ou ideias heterodoxas. Ou, se for o Bolsonaro, o Congresso também tem o poder de segurar as suas loucuras”, avalia.
Cenário
A percepção que ficou em Wall Street foi de que, enquanto do lado do mundo desenvolvido o tom foi negativo durante as reuniões do FMI, com um nível de incerteza e desconfiança “bastante alto”, para Brasil e América Latina em geral, as conversas foram “mais positivas”. O próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, vendeu este cenário ao comentar sobre os encontros que teve em Washington, nos quais defendeu que o País está “fora de sintonia” com o cenário de “desalento” global.