A bela paisagem de Itapuã retratada através das lentes do fotógrafo Ricardo Stricher. (Foto: Ricardo Stricher/divulgação)
(INTERINO)
Meu programa neste final de tarde de domingo será acompanhar o painel “Águas do Guaíba: uma viagem por paisagens, eventos e vivências pelas margens do Guaíba e um mergulho no lodo sombrio de suas profundezas” no Santander Cultural. Depois, vou cumprimentar Rafael Guimaraens, Edgar Vasques e os fotógrafos Marco Nedeff e Ricardo Stricher pela bonita ideia dos registros e histórias relacionadas ao Guaíba, durante a sessão de autógrafos na 61ª Feira do Livro de Porto Alegre.
O tema está inteiramente ligado à minha história de família. Meu ancestral, Francisco de Lemos Pinto, conhecido como “Chico Inglês”, teve a primeira embarcação, batizada de “Porto Alegre”, que percorreu o rio e seus afluentes em atividade comercial, no século XIX.
Logo depois de chegar, vindo do norte de Portugal, casou com uma gaúcha, Camila Maria Martins de Menezes, de Rio Pardo, e do sogro recebeu a concessão para ocupar as ilhas do Guaíba. Numa delas, que foi batizada com seu apelido “Chico Inglês”, instalou seu estaleiro que perdurou até quase o final dos anos 1800. O codinome era uma referência à tez clara, cabelos louros e olhos azuis.
Era simpatizante do liberalismo, e juntamente com o filho, que levava seu nome, entre outros empresários relacionados ao Guaíba, deu maior ênfase à devoção a Nossa Senhora dos Navegantes, trazendo uma nova imagem da Santa de Vila Nova de Gaya, Portugal, e realizando uma grande festa e procissão lacustre em 1870. Festividade que atravessou o século XX, perdurando até os dias de hoje.
Outro belo panorama do Guaíba visto do píer de Itapuã. (Foto: Marco Nedeff/divulgação)