Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de abril de 2015
Oskar Gröning, conhecido como o “contador de Auschwitz”, admitiu nesta terça-feira sua responsabilidade “moral” na morte de deportados no campo de extermínio e pediu perdão para suas famílias no início de seu julgamento, em Lüneburg, no Centro da Alemanha. O julgamento ocorre em um momento em que cresce na Europa o antissemitismo.
“Para mim não há dúvida de que sou moralmente cúmplice”, afirmou Gröning, de 93 anos, que é acusado de participação no assassinato de 300 mil pessoas nas câmaras de gás de Auschwitz, na Polônia ocupada pelos nazistas, na chamada “Operação Hungria”, realizada em 1944, no último ano da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Seis milhões de judeus foram assassinados durante o conflito.
Gröning, que serviu no campo a partir de 1942, admitiu que desde sua chegada ao local sabia que judeus eram mortos em câmaras de gás e pediu perdão aos sobreviventes e familiares das vítimas presentes na audiência. Ele se declarou à disposição da Justiça.
O processo contra Gröning é considerado um dos últimos grandes julgamentos por crimes nazistas, em razão da idade avançada dos envolvidos e das vítimas.
Gröning chegou à audiência caminhando com a ajuda de um andador e acompanhado por um de seus advogados. Entre as mais de 60 acusações particulares do caso, há sobreviventes do Holocausto e também familiares de vítimas de Auschwitz.
A promotoria sustenta que Gröning, encarregado de expropriar os pertences dos prisioneiros que chegavam a Auschwitz e de enviar o dinheiro tomado para a SS (unidade de choque nazista), em Berlim, contribuiu para dar apoio econômico ao regime e a sua máquina de morte.