Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2022
Os casos de covid-19 estão aumentando no Hemisfério Norte. No entanto, os sintomas estão ligeiramente diferentes dos anteriores. De acordo com pesquisadores envolvidos no aplicativo Zoe Covid Study, a circulação de variantes distintas e a cobertura vacinal são alguns fatores para a mudança dos sintomas nas pessoas infectadas.
O aplicativo monitora sintomas de milhões de pessoas no Reino Unido desde os primeiros dias da pandemia. No último relatório do projeto de pesquisa foram observadas algumas diferenças sutis entre as pessoas não vacinadas e as vacinadas.
Nas pessoas totalmente vacinadas, os sintomas mais comuns relatados foram dor de garganta, coriza, nariz entupido, tosse persistente e dor de cabeça. Já os indivíduos infectados que tomaram apenas uma dose da vacina disseram que, além dos sintomas já citados, tiveram espirros.
Nas pessoas não vacinadas, a febre aparece entre os sintomas relatados. A perda do olfato e falta de ar não apareceram no grupo dos cinco principais sintomas mais citados. “Existem algumas razões pelas quais os sintomas podem estar mudando, incluindo o fato de que aqueles que foram vacinados apresentam sintomas menos graves, bem como mais casos relatados por pessoas mais jovens, em que encontramos também sintomas diferentes e menos graves”, disseram os pesquisadores.
Emergência sanitária
Cerca de dois terços da população mundial receberam ao menos a 1ª dose de uma das vacinas contra a covid-19, mas a desigualdade entre as taxas de vacinação em diferentes lugares foi um dos fatores considerados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para manter o status de emergência sanitária internacional para a pandemia da doença no último 19 de outubro.
“Embora seja óbvio que a situação global melhorou desde que a pandemia começou, o vírus continua a sofrer mutações e a incerteza e muitos riscos permanecem”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. No total, o mundo teve 6,1 milhões de mortes.
O presidente do Comitê de Emergências da OMS, o cirurgião Didier Houssin, relatou que, desde o começo da pandemia, foi a primeira vez que o grupo considerou revogar a declaração de emergência internacional. Pesaram incertezas como as chances de evolução do vírus, que pode sofrer mutações e escapar da imunidade conferida pelas vacinas, e a dificuldade de calcular o impacto clínico de futuras variantes sobre os sistemas nacionais de saúde e complicações da doença.
Para Carlos Magno Fortaleza, infectologista e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o cuidado adicional é justificado. “A Organização Mundial da Saúde tem uma noção muito clara da desmobilização de ações em relação à covid que vai ocorrer no momento em que ela declarar que a pandemia está terminada; um efeito dominó de desmonte de redes laboratoriais de diagnóstico, fechamento de leitos para internação e redução na vigilância da ocorrência de novos casos”, avalia. As informações são dos jornais Correio Braziliense e O Estado de S. Paulo.