Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de outubro de 2022
De acordo com a pesquisa da Atlas Intel, a corrupção e a criminalidade estão em segundo e terceiro lugar, respectivamente, entre as principais preocupações dos brasileiros, perdendo apenas para a pobreza e desigualdade social. Os assuntos que afligem a população são reflexo da realidade do Brasil, que vem sofrendo com escândalos de corrupção e altos índices de violência nas últimas décadas.
Uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que o número de homicídios no país em 2021 foi menor do que em 2020. No total foram registrados 47.503 homicídios, sendo o menor índice desde 2011. A pesquisa aponta, ainda, que os assassinatos diminuíram em todas as regiões do Brasil, menos no Norte. O Nordeste é a região que ainda lidera. O mesmo estudo também apontou que 70% dos assassinatos entre 2009 e 2019 foram cometidos por arma de fogo.
A pesquisa da FBSP demonstrou que a população negra é mais vulnerável. O estudo concluiu que pessoas negras morrem mais: são 29,2% de negros assassinados contra 11,2% de não negros. As chances de negros serem assassinados é 2,6 vezes maior também. Em relação ao feminicídio, apesar da violência urbana contra mulheres ter diminuído em 28,1%, os homicídios dentro de casa cresceram 6,1%. Quanto aos jovens, de 2009 a 2019, mais de 333 mil jovens com idade entre 15 e 29 anos foram assassinados.
Os candidatos à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL), trazem propostas semelhantes de combate à corrupção, como sua prevenção e o fortalecimento da transparência dos gastos públicos, e divergem em alguns pontos sobre Segurança Pública. O petista propõe uma ‘nova política’ sobre as drogas e Bolsonaro já demonstrou em seu primeiro governo ser mais condescendente quanto ao uso de armas.
Lula
Se reeleito, Lula promete fortalecer os mecanismos de combate à corrupção, promovendo políticas preventivas e em conjunto com órgãos fiscalizadores, como a Controladoria-Geral da União, a Coaf e a Polícia Federal. O candidato promete, ainda, a transparência por meio da Lei de Acesso à Informação e a integridade do Estado.
O candidato pretende diminuir os índices de criminalidade por meio de políticas públicas integradas e coordenadas nacionalmente, de modo preventivo e com uma polícia capacitada, com transparência e participação da sociedade em prol da redução de homicídios. Para que isso ocorra, o petista assegura em seu plano de governo investimentos na área, com tecnologia e combate ao crime organizado e milícias.
Lula promete dar atenção especial às populações mais vulneráveis à criminalidade, como as vítimas de violência doméstica, a juventude negra e a população LGBTQIA+. A prioridade do ex-presidente é a prevenção, a investigação e os desdobramentos desses crimes.
Para combater o tráfico de drogas, a proposta é enfrentar as organizações criminosas e desarticular suas estruturas.
A implementação do Sistema Único de Segurança Pública e a valorização e qualificação dos profissionais da área são também propostas do candidato.
Bolsonaro
Em uma possível reeleição, o presidente promete promover a integridade do Estado e combater à corrupção, com transparência e medidas como a implementação da Estratégia Federal de Integridade Pública e o desenvolvimento de um estudo que tem por objetivo criar diretrizes para a “transparência dos beneficiários finais dos recursos públicos”.
Para fortalecer a defesa do país, o presidente prevê a utilização de recursos tecnológicos, como drones e inteligência artificial, e a integração entre instituições federais e órgãos estaduais e municipais.
Outra promessa são investimentos nos Órgãos de Segurança Pública e nas Forças Armadas, com capacitação e planos de carreira.
No campo, Bolsonaro promete buscar soluções para proteger a população que vive da agricultura familiar e o grande produtor agropecuário. Além disso, o presidente visa dar continuidade à política de regularização fundiária, garantir o direito à propriedade e diminuir os conflitos e invasões no campo, assegurando a legítima defesa e o acesso à arma de fogo aos cidadãos desses locais.