Segunda-feira, 18 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de novembro de 2022
Auxílio Emergencial ajudou a tirar 7,4 milhões de pessoas da pobreza em 2020, segundo a instituição
Foto: Helena Tallmann/Agência IBGE NotíciasA economista do Banco Mundial Shireen Mahdi disse que o Brasil apresentou uma das taxas de pobreza extrema mais baixas da América Latina e do Caribe durante a pandemia de coronavírus.
Em 2019, o País tinha 11,4 milhões de pessoas na pobreza extrema. Esse número caiu para 4,04 milhões em 2020. Com isso, quase 7,4 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza extrema, que, segundo o Banco Mundial, é quando uma pessoa tem renda menor do que US$ 2,15 (cerca de R$ 10,8) por dia.
A instituição financeira atualizou as linhas de pobreza no mês passado, quando foram uniformizados os dados usados por todos os países, tendo como base a paridade do poder de compra no ano de 2017 – até então, os dados eram de 2011.
“Nossos dados mostram uma queda brusca na taxa de pobreza entre 2019 e 2020. Esse resultado ocorreu após a intervenção do governo, com o pagamento do Auxílio Emergencial. Muitos países também apresentaram pacotes de intervenções, mas não conseguiram um pacote tão grande, que tivesse um impacto de redução de pobreza como o Brasil”, disse a economista do Banco Mundial em entrevista à CNN.
Shireen ressaltou que o Banco Mundial reconhece o esforço do Brasil em um período emergencial, mas que a instituição alerta, desde 2020, que é necessário o País apostar em políticas públicas de longo prazo para mudar o quadro de pobreza.
“O Brasil foi realmente um ponto fora da curva na América Latina, foi um dos pouquíssimos a conseguir reduzir a pobreza durante um período emergencial, e isso se deve, sim, ao auxílio. Porém, o plano não foi tão generoso no ano seguinte, ou seja, não foi um plano sustentável em 2021, porque poderia impactar as contas públicas. Por isso, o Banco Mundial, desde então, alertou que o Brasil precisa adotar mecanismos e estratégias para um crescimento e inclusão social de maneira sustentável”, explicou a economista.