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Agro Estiagem impacta o resultado das exportações do agronegócio gaúcho no terceiro trimestre

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As vendas no período foram marcadas por uma queda no volume total de produtos embarcados

Foto: Divulgação
As vendas no período foram marcadas por uma queda no volume total de produtos embarcados. (Foto: Divulgação)

Impactadas pela estiagem, as exportações do agronegócio gaúcho atingiram US$ 4,5 bilhões no terceiro trimestre deste ano, o que representa uma queda de 7,1% em relação ao mesmo período de 2021. Apesar da baixa, em termos nominais o resultado é o terceiro melhor da série histórica do Estado, iniciada em 1997, atrás apenas de 2021, o melhor de todo o período, e de 2013.

As vendas no período foram marcadas por uma queda no volume total de produtos embarcados (-30,5%), o que foi compensado parcialmente pela alta nos preços médios pagos (33,6%).

Entre os setores mais representativos do agronegócio no RS, o complexo soja registrou queda de 27,6% nas vendas no terceiro trimestre, totalizando US$ 2,1 bilhões no período. A redução foi determinada pela menor quantidade de produto disponível em função da estiagem que afetou o Estado e prejudicou as lavouras da oleaginosa.

As informações fazem parte do boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado nesta quinta-feira (10) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão.

As exportações do agronegócio no terceiro trimestre de 2022 representaram 72,7% do total das vendas externas do Estado no período.

Apesar da queda no número geral, quatro dos seis principais setores exportadores do agronegócio gaúcho registraram aumento nas vendas no terceiro trimestre. Carnes (US$ 750,9 milhões; 16,4%), fumo e seus produtos (US$ 521,8 milhões; 109,2%), cereais, farinhas e preparações (US$ 208 milhões; 74%) e máquinas e implementos agrícolas (US$ 117 milhões; 9,3%) tiveram resultados positivos. Além do complexo soja, o segmento de produtos florestais (US$ 408,3 milhões; -12,3%) apresentou baixa.

As vendas de carne bovina (US$ 129,4 milhões; 29,5%) e  de frango (392,3 milhões; 27%) ganharam espaço, enquanto a carne suína (US$ 180,8 milhões; -7,7%) apresentou recuo. No fumo e seus produtos, o fumo não manufaturado, principal produto da pauta de vendas, registrou aumento expressivo (US$ 469,2; +111,8%)

Nos cereais, farinhas e preparações, o arroz (US$ 168,3 milhões; 71,0%) foi o principal destaque, enquanto no segmento de máquinas e implementos agrícolas, as colheitadeiras (US$ 18,7 milhões; 63,2%) tiveram a alta mais expressiva nas vendas. No setor de produtos florestais, a celulose (US$ 268,9 milhões; -18,6%) puxou a redução total no comércio exterior no terceiro trimestre de 2022.

Destinos

Em relação aos principais destinos das exportações, a China manteve a liderança, responsável por comprar 34,4% de tudo o que o agronegócio do Estado comercializa. O resultado deixa o país asiático à frente da União Europeia (13,7%), do Irã (6,0%), dos Estados Unidos (5,1%) e da Índia (3,8%), mas apresenta queda em relação ao percentual do mesmo período de 2021, quando foi responsável por 56,7% do total das vendas gaúchas.

Acumulado no ano

No acumulado de janeiro a setembro, as vendas do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 11,6 bilhões, pouco acima do valor registrado no mesmo período de 2021 (0,1%), quando o montante foi de US$ 11,5 bilhões. Os nove primeiros meses deste ano também foram marcados pela redução no volume embarcado (-19,3%) e pela alta nos preços médios (24%).

“Considerando a forte quebra de produção da safra 2021/22, esse desempenho não deixa de ser surpreendente. Além da alta nos preços médios, contribuíram para esse resultado a expansão nas vendas de um amplo conjunto de setores”, destacou o pesquisador Sérgio Leusin Jr.

Emprego formal

O agronegócio do Rio Grande do Sul registrou saldo negativo de 3.081 postos de trabalho com carteira assinada no terceiro trimestre. O resultado ocorreu em função da sazonalidade das principais culturas agrícolas do Estado e da indústria ligada ao setor.

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