Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2015
Aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preparam uma série de medidas protelatórias para atrasar o processo de cassação dele no Conselho de Ética da Casa. A ideia é usar todos os artifícios possíveis para garantir os votos necessários em favor da absolvição de Cunha no plenário.
Um deputado próximo a Cunha chegou a afirmar que o trâmite do processo pode se arrastar por até dois anos, bastando que os aliados do presidente da Câmara assim o queiram. Recessos de fim de ano e de julho são vistos também como forma de o deputado ganhar tempo. Da lista de medidas protelatórias fazem parte o pedido de depoimentos de testemunhas, perícias em documentos e diligências a outros órgãos, como o Ministério Público.
O processo contra Cunha foi aberto pelo presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA). O relator do caso também foi escolhido. Trata-se do deputado Fausto Pinato (PRB-SP). Em entrevista, ele confirmou que deve conceder os prazos que a defesa de Cunha achar necessário. “Tem o regimento para cumprir, diligência que vai ser apresentada”, disse Pinato.
Pinato está em seu primeiro mandato. Advogado de formação, ele obteve apenas 22 mil votos na eleição do ano passado. Ganhou sua cadeira na Câmara graças ao coeficiente eleitoral obtido pelo PRB – sigla ligada à Igreja Universal do Reino de Deus – cujo puxador de votos foi o apresentador de TV Celso Russomanno, atual líder na Câmara do partido. Como Cunha, Pinato é evangélico. (AE)