Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 11 de novembro de 2022
O protetor solar é um item indispensável — ou deveria ser — na rotina de cuidados da pele. O produto, que é popular nas versões em creme e em spray, ganhou nos últimos anos o formato de cápsulas. A adesão ao método oral hoje é alta, mas os especialistas fazem um alerta quanto na forma de administração.
Aliás, nunca é demais alertar para a importância de usar protetor solar, já que 70% dos brasileiros admitem que não o aplicam todos os dias, de acordo com uma pesquisa realizada por Lucas Portilho, farmacêutico e diretor científico do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele.
Os dermatologistas afirmam que o protetor solar em cápsulas aumenta a foto proteção da pele, já que eleva o poder das células de defesa contra o sol, reduzindo os danos. Mas não funciona sozinho – têm de ser utilizado com os filtros tradicionais.
Até o momento não existe comprovação científica de que fotoprotetores orais tenham a mesma eficácia dos filtros disponíveis em loção, creme, gel creme ou spray.
“Se você consumir apenas o oral e ficar exposto ao sol, irá sofrer todas as consequências negativas. Tem gente que fala ‘nossa nunca mais vou passar protetor, só tomar uma cápsula’, mas não adianta. Você vai tomar cápsula para cuidar da saúde interna da pele e deixá-la mais forte. Tem, sim, que que passar o protetor solar tópico” explica a dermatologista Geisa Costa.
Essas cápsulas, na verdade, têm um efeito antioxidante para a pele, isto é, combatem os radicais livres, que são tudo o que corpo oxida e que pode gerar fatores de envelhecimento e de inflamação. Por isso são utilizadas em pacientes que desejam uma proteção solar extra.
Indicações
Elas estão disponíveis nas farmácias e não requerem receita para compra. Mas Tatiana Blumetti, do departamento de oncologia cutânea da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB), afirma que é importante ter a orientação de um profissional antes de usar o produto.
“Habitualmente, esses produtos são vendidos sem necessidade de receita, mas o ideal é tomar com alguma orientação de um nutricionista, nutrólogo ou dermatologista, para saber a dose adequada para o tipo de pele e necessidade de proteção” diz.
A prescrição ideal é para pessoas com algum tipo de risco, seja por exposição ao sol, doenças, como o vitiligo, ou até mesmo por causa de histórico de câncer de pele. Além disso, pacientes que fazem tratamento para melasma e contra o envelhecimento causado pelo excesso de sol utilizam o método oral.
Apesar dos benefícios, nem todos podem fazer o uso. Os profissionais contraindicam para grávidas e lactantes pela falta de estudos científicos na área. Pacientes que têm úlcera e hiperglicemia diabética também não devem usar.
Regra da colher
Entre os principais cuidados para proteger a pele do sol está evitar os horários de pico de raios ultravioletas — após às 9 horas e antes das 15 horas. A exposição nesse horário deve sempre ser indireta: na sombra, sob um toldo, com chapéu, por exemplo. O protetor solar deve ser de fator 30 no mínimo. Blumeti indica a quantidade adequada do produto, conhecida como “a regra das colheres de chá”.
“O protetor solar tópico é muito eficaz, desde que aplicado de forma generosa. Tem uma regra para essa aplicação: uma colher de chá para o rosto, outra para o tórax na frente e mais uma atras, uma para cada braço e duas para cada perna. Essa aplicação deve acontecer 30 minutos antes da exposição e repetida a cada duas horas e depois do contato com a água” diz a dermatologista.