Uma das corretoras é a AAX, uma plataforma de derivativos criada em Hong Kong em 2019 e que está entre as 20 maiores do mundo em volume de negócios, segundo Wu. De acordo com o jornalista, a empresa anunciou a suspensão de todas as operações, incluindo saques e negociações.
A empresa citou a necessidade de realizar “melhoras nos sistemas” e “manutenções técnicas” como motivos para a interrupção – mas não deu maiores detalhes sobre esses supostos upgrades.
A AAX também comunicou que pretende devolver os ativos dos usuários em um prazo estipulado entre sete e dez dias.
A segunda empresa é a corretora BitCoke, que recebeu investimento de outras gestoras financeiras como Huobi e LD. Usuários da plataforma começaram a relatar dificuldades para realizar saques desde a madrugada de sábado (12).
Já no domingo, a empresa afirmou estar impossibilitada de continuar os saques porque o profissional encarregado da execução de operações – e portador da chave privada usada para acessar carteiras e sistemas – teria aceitado cooperar com uma investigação policial não especificada, que teria impossibilitado o acesso às chaves. Ainda não há previsão de retorno das operações.
Na sexta, após sangrar em público por vários dias, a FTX, exchange criada por Sam Bankman-Fried (SBF), uma das maiores do mundo, quebrou e entrou com pedido de recuperação judicial do tipo “Chapter 11” — referência ao capítulo da Lei de Falências dos EUA, que permite a uma empresa criar um plano de recuperação sob intervenção judicial para pagar os credores ao longo do tempo.
No mercado, o receio é que a quebra da FTX – que levou junto cerca de 130 outras companhias filiados ao grupo – possa contagiar outras empresas, em uma repetição do processo visto com o derretimento do projeto Terra.
Após o colapso das criptomoedas LUNA e UST, outras empresas com alto grau de exposição – Celsius e Three Arrows Capital, entre outras – quebraram, jogando o mercado em uma profunda crise que consumiu mais de R$ 1 trilhão em poucas semanas.