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Por Redação O Sul | 22 de novembro de 2022
Para o público, são colocados canais de ar frio embaixo de cada assento
Foto: Divulgação/FifaA escolha do Catar como país-sede da Copa do Mundo deste ano foi criticada por conta do clima extremamente quente, que poderia até inviabilizar a competição. Entre junho e julho, período tradicional da disputa do Mundial, a temperatura passa de 50ºC.
Por conta disso, a promessa dos organizadores de construir um sistema de ar-condicionado nos estádios era crucial. A tecnologia começou a ser desenvolvida desde que o país lançou a sua candidatura, em 2009. O sistema conta com alguns diferenciais, segundo os organizadores.
A tecnologia de esfriamento opera de forma diferente de acordo com o design, formato e funcionalidade de cada um dos estádios-sede da Copa. Apesar das diferenças entre as arenas, o sistema tem como objetivo principal buscar a criação de “bolhas de resfriamento” localizadas apenas onde estão a torcida, jogadores e o campo. A meta é deixar essas áreas com temperaturas entre 18ºC e 24ºC.
Mesmo depois de a Fifa adiar a competição para novembro de 2022, no outono do Catar, a estação mais amena pode ter máximas de 31ºC, como no jogo de estreia do torneio, no domingo (20).
Para o público, são colocados canais de ar frio embaixo de cada assento. Para os jogadores e o gramado, grandes tubos atiraram ar frio pela parte lateral do campo. Em ambos os casos, os dutos de ar não miram diretamente as pessoas.
“Isso foi desenvolvido para o ar passar por você, não para bater. Só para o ar te abraçar gentilmente. Você viverá em uma microbolha climática”, explicou Saud Ghani, desenvolvedor da tecnologia. Doutor pela Universidade do Catar e especialista em sistema de ventilação, ele é apelidado de “Dr.Cool” (“Dr. Frio”, em tradução livre) no país do Oriente Médio.
O único estádio que não conta com o sistema é o 974, a primeira arena completamente desmontável em Copas do Mundo.
Design e recirculação
“A coisa mais importante para resfriar de forma eficaz é que você não quer que o vento externo entre no estádio. É por isso que o tamanho e o design do estádio devem ser estudados e alterados adequadamente para impedir a entrada de ar quente”, disse Ghani.
O design focado em isolamento térmico marca outro ponto em comum entre os estádios, com estruturas desenvolvidas para rebater o calor da luz do sol. Outro ponto importante é a recirculação do ar. Em algumas arenas, como o Estádio Internacional Khalifa, a ventilação é renovada com ar de fora. O Al Janoub reutiliza o próprio ar resfriado durante o jogo.
Sustentabilidade
Por conta da ventilação direcionada, os organizadores afirmam que o sistema de ar-condicionado pode ser ativado apenas duas horas antes do início dos jogos e é 40% mais sustentável do que as outras tecnologias usadas atualmente.
Todo esse sistema de energia nos estádios será alimentado por uma fazenda de energia solar no deserto ao redor da capital do Catar, Doha, a cerca de 50 quilômetros de distância dos estádios.
A medida faz parte da promessa do Catar de realizar jogos com emissão zero de gases estufa. Com 10 quilômetros de extensão, a planta de energia solar tem como meta compensar metade do total das emissões de carbono na Copa do Mundo.