Segunda-feira, 21 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 9 de dezembro de 2022
Depois de quase cinquenta anos em produção, o último Boeing 747 deixou a linha de produção da fábrica da empresa nos Estados Unidos na última quarta-feira (7). Batizado com o número 1.574, a aeronave ainda será pintada e passará por testes de voo antes de ser entregue ao seu comprador, a Atlas Air.
Com isso, o último 747 só deverá começar a operar em 2023. Ele foi construído na fábrica da empresa em Everett, no Estado de Washington. O local é descrito pela Boeing como o maior prédio do mundo em termos de volume, construído especialmente para a produção dos 747.
“É um momento muito surreal, obviamente. Pela primeira vez em mais de 50 anos, não teremos um 747 nesta instalação”, disse Kim Smith, vice-presidente da Boieng.
Nos últimos anos, os 747 se tornaram mais escassos nos céus, principalmente nos voos de passageiros. A própria unidade 1.574, por exemplo, servirá como avião de carga, e a última vez que a Boieng construiu uma aeronave do modelo para transporte de pessoas foi em 2017.
Companhias aéreas americanas como a Delta e a United aposentaram os seus 747 antes da pandemia de covid-19. A Qantas e a British Airways, por sua vez, tiraram as suas unidades de circulação já durante a crise que se abateu sobre as empresas do ramo quando a doença se espalhou pelo planeta.
Atualmente, as empresas buscam aeronaves mais econômicas e sustentáveis, que consumam menos combustível:
“Era um ótimo avião. Serviu-nos brilhantemente. Há muita nostalgia e amor por ele, mas quando olhamos para o futuro, tratam-se de aeronaves modernas, mais eficiência, soluções mais sustentáveis também”, disse o CEO da British Airways Sean Doyle, segundo o canal de televisão americana NBC.
Apenas 44 Boiengs 747 ainda são usados para levar passageiros. Em comparação, 314 modelos continuam a serem utilizados como cargueiros.
Histórico
O Boeing 747 é uma aeronave a jato usada no âmbito civil e militar para transporte de passageiros e de carga, referida com frequência como Jumbo Jet ou Queen of the Skies (Rainha dos Céus). A sua corcunda na parte superior frontal da fuselagem faz com que seja uma das aeronaves mais reconhecíveis do mundo, sendo também a primeira do gênero produzida em massa.
Fabricada pela Boeing nos Estados Unidos, a versão original do 747 tinha duas vezes e meia mais capacidade de passageiros que o Boeing 707, um dos grandes aviões comerciais dos anos 60. Efetuando o seu primeiro voo comercial em 1970, o 747 ostentou o recorde de capacidade de passageiros durante 37 anos.
Este quadrimotor tem parte da sua fuselagem com dois andares para passageiros, sendo o restante espaço para a cabine de voo, carga e combustível. A corcunda na parte superior da aeronave foi desenhada para albergar os passageiros de primeira classe ou simplesmente para aumentar a capacidade de lugares, sendo também possível noutras versões remover todos os assentos para a aeronave aumentar a capacidade de carga, tendo sido até desenhado algumas variantes com uma porta de carga frontal. Esperava-se que o 747 se tornasse obsoleto após a venda dos primeiros 400 exemplares, porém as criticas excederam as expectativas, fazendo com que em 1993 se passasse a marca dos mil exemplares construídos. Em junho de 2020, 1556 exemplares haviam sido construídos, estando encomendadas 15 aeronaves 747-8F.