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Geral Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, rebate as projeções de crise no varejo

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Empresária Luiza Helena Trajano não teme os juros e a inflação mais altos projetados pelo mercado para 2023. (Foto: Divulgação)

Não é necessário ficar mais de dois minutos na mesma sala que Luiza Helena Trajano para entender a razão de uma loja do interior de São Paulo, sob o comando da empresária, ter conseguido se transformar na maior varejista da Bolsa de Valores brasileira. Nascida na cidade de Franca (SP), Luiza Helena dedicou praticamente toda a vida ao Magazine Luiza, varejista criada por sua tia e xará, Luiza Trajano Donato, ainda em 1957. Com 12 anos, ela já passava as férias escolares trabalhando no comércio da família, de onde nunca saiu, mesmo após se formar em Direito.

Luiza Trajano assumiu a superintendência do Magalu em 1991, e permaneceu no cargo até 2009. No período, promoveu a expansão do negócio, iniciou as primeiras lojas virtuais, passou por adversidades econômicas e enfrentou a hiperinflação brasileira – mesmo assim, não se deixou abater pelo pessimismo. A atual presidente do conselho de administração do Magalu não teme os juros e a inflação mais altos projetados pelo mercado para 2023, muito menos uma eventual desaceleração do varejo.

“Escutei isso a vida toda: ‘Ah, o varejo vai desacelerar’, depois ‘não vai mais’. Nem entro mais nesse mérito porque eu acredito que o Bolsa Família (designação que o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva vai voltar a usar no lugar de Auxílio Brasil) vai continuar, e isso é muito importante para o varejo”, afirma a empresária, em entrevista exclusiva ao E-investidor.

Apesar de ser uma empreendedora premiada, com décadas de experiência em liderança e gestão, Luiza Trajano se define de forma muito mais simples. “Eu sou vendedora”, ressalta ela.

Essa simplicidade e assertividade da líder do Magalu não são os únicos fatores pelos quais a empresária é conhecida. A preocupação com o ESG (sigla para boas práticas sociais, ambientais e de governança nos negócios), que se tornou uma pauta fundamental dentro da varejista, transparece nas falas de Luiza Trajano.

“Eu não sei se (responsabilidade social) ajuda tanto para a imagem, mas ela favorece a sustentabilidade da empresa. Sem sustentabilidade, você não tem ar e não respira. Acredito que não temos de contribuir só com aquilo que dá resultado a curto prazo. Precisamos contribuir com aquilo que dá resultado a longo prazo”, diz Luiza Trajano. Veja abaixo os principais trechos da entrevista.

– Qual é o balanço que a sra. faz da performance do Magazine Luiza em 2022?Este foi um ano pós-pandemia, já tínhamos comprado muitas empresas e o mercado, nesse segmento (de varejo), já comprou muito antes o crescimento (apostou nas ações do Magazine Luiza). Nos últimos três anos, o crescimento foi grande, e 2022 foi um ano que paramos para estruturar tanta coisa que nós crescemos. Foi um ano de aprendizado. O mercado projeta uma desaceleração do varejo em 2023. Isso preocupa? Escutei isso a vida toda: ‘Ah, o varejo vai desacelerar’, depois ‘ah, não vai mais desacelerar’ e etc. Então, nem entro nisso mais porque eu acredito que o Bolsa Família vai continuar, e isso é muito importante para o varejo.”

– E o que podemos esperar do Magazine Luiza no próximo ano?Estamos trabalhando para consolidar ainda mais o marketplace e dar aos vendedores e pequenos empreendedores condições para sobreviverem bem. Compramos muitas empresas, e damos desde treinamento até logística, e passamos a nossa experiência, tudo que nós temos de sistema, para o pequeno e o micro empresário.”

– A sra. está otimista com os próximos quatro anos, sob o comando de Lula?Respeito o que as urnas decidiram e torço para que tudo dê certo. Eu acho que agora nós temos de unir o Brasil. Essa é a minha proposta. Temos de unir e torcer para dar certo, porque, dando certo, é bom para todo mundo.”

– Como essa responsabilidade com a sustentabilidade ajuda na imagem e nos negócios da empresa?Eu não sei se ajuda tanto para a imagem, mas ela favorece a sustentabilidade da empresa. Sem sustentabilidade, você não tem ar e não respira, então acredito que não temos de contribuir só com aquilo que dá resultado a curto prazo. Precisamos contribuir com aquilo que dá resultado a longo prazo. Quando você ajuda uma micro e pequena empresa, por exemplo, você está ajudando o setor que mais gera empregos no Brasil. Dessa forma, também estou ajudando o Magazine Luiza, até porque de onde que sai investimento em um país que não tem dinheiro? É do emprego e da renda.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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https://www.osul.com.br/luiza-helena-trajano-do-magazine-luiza-rebate-as-projecoes-de-crise-no-varejo/ Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, rebate as projeções de crise no varejo 2022-12-12
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