Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2022
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, disse nessa quarta-feira (14) que “ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar”. O magistrado é relator de inquéritos que investigam ataques às instituições, atos antidemocráticos e divulgação de notícias falsas.
A declaração foi feita em discursar no seminário “STF em ação”, cujo tema foi “O Guardião da Constituição e a Harmonia entre os Poderes”. Moraes comentava os dados citados antes pelo ministro Dias Toffoli relativos a condenações de pessoas que invadiram o Capitólio, nos Estados Unidos, para tentar impedir a posse do presidente Joe Biden, que venceu Donald Trump nas eleições de 2020.
Toffoli dissera que a invasão ao Congresso dos EUA no início de 2021 já levou à detenção de 964 pessoas em 50 Estados diferentes daquele país.
Em seguida, ao discursar, Moraes declarou:
“Fiquei feliz com a fala do Toffoli, porque comparando os números ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar.”
Esta foi a primeira declaração de Moraes após os atos de vandalismo de bolsonaristas, em Brasília (DF). Na última segunda (12), manifestantes queimaram carros e ônibus e tentaram invadir o prédio da Polícia Federal, em protesto à prisão de um indígena que participava de atos antidemocráticos e chamou pessoas armadas para impedir a diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida no mesmo dia.
Além de Moraes e Toffoli, também participaram do seminário os ministros Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia.
Atos antidemocráticos
O ministro Alexandre de Moraes rejeitou na tarde dessa quarta o pedido de indiciamento da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no inquérito dos atos antidemocráticos pelo suposto apoio a bolsonaristas que defendem um golpe contra a vitória do presidente eleito Lula. A ação havia sido protocolada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Moraes, porém, acolheu parte da petição do parlamentar referente à tentativa de invasão da sede da Polícia Federal em Brasília por apoiadores de Jair Bolsonaro, seguida da depredação de ônibus e carros. O magistrado deu prazo de 48 horas para que o Ministério da Justiça e o governo do Distrito Federal informem as medidas tomadas pelas forças de segurança na última segunda.
Quanto à conduta da primeira-dama, o ministro do Supremo entendeu que não há elementos suficientes para indiciá-la com base na petição. O senador Randolfe acionou o STF para que Michelle fosse investigada por dar suporte a manifestantes que ocupam a capital federal com propósitos golpistas e teriam recebido lanches e bebidas enviados por ela no Palácio da Alvorada, no último domingo (11).