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Política Conselho Nacional de Justiça abre processo para investigar Marcelo Bretas, o juiz da Lava-Jato no Rio

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Se condenado, Bretas pode perder o cargo e ser levado à aposentadoria compulsória. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O corregedor do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministro Luis Felipe Salomão, determinou que o juiz Marcelo Bretas seja intimado a prestar depoimento até o fim deste ano.

A decisão teria sido tomada a partir de informações coletadas de uma delação premiada do advogado José Antônio Fichtner. O conteúdo dos depoimentos foram compartilhados com o CNJ pelo ministro do STF Gilmar Mendes.

Salomão instaurou a investigação por entender que Bretas cometeu “faltas disciplinares” em sua atuação como juiz da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro.

De acordo com o colunista Lauro Jardim, do Jornal O Globo, o advogado que apresentou a delação narrou “indício de práticas de exploração de prestígio e/ou corrupção passiva”por parte de Marcelo Bretas.

Na delação ele relata casos em que Bretas possivelmente se relacionou com outro advogado, Nythalmar Filho. Nythalmar, segundo depoimento, usou de “tráfico de influência e acesso privilegiado” aos autos de vários processos sob responsabilidade do juiz Marcelo Bretas.

Nythalmar Dias Ferreira Filho é investigado pela justiça do Rio de Janeiro por prática dos crimes de tráfico de influência e exploração de prestígio pela suposta aproximação com o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Estado.

Salomão determinou que Bretas seja intimado a prestar depoimento até o fim deste ano. O juiz deve ser julgado na primeira sessão do CNJ, marcada para 14 de fevereiro de 2023.

Se condenado, Bretas pode perder o cargo e ser levado à aposentadoria compulsória.

Em setembro deste ano, a juíza Ludmila Lins Grilo, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, tornou-se alvo de uma investigação do CNJ por ter participado de atos supostamente políticos, criticar decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgar canais do jornalista Allan dos Santos.

Bretas formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde, aos 19, conheceu sua futura esposa, a também juíza federal Simone de Fátima Diniz Bretas, com quem tem dois filhos.

Criado em família evangélica, frequenta a Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul e tem dois irmãos, Adenir Bretas e Márcio Bretas. Citou um versículo da Bíblia na decisão que autorizou a prisão de Sérgio Cabral pela operação Calicute, em novembro de 2016. Acusado de julgar sob égide religiosa, diz separar trabalho e religião, mas com a Bíblia sempre a mão para consultas.

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