Quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de dezembro de 2022
O Ministério das Relações Exteriores divulgou nests segunda-feira (26) que a área econômica do governo destinou R$ 4,6 bilhões para o pagamento de dívidas do Brasil junto a organismos internacionais.
Segundo o Itamaraty, o dinheiro foi alocado pelo Ministério da Economia para o “pagamento de contribuições a organismos internacionais e integralização junto a bancos de fomento”.
A decisão acontece poucas semanas após a transição de governo divulgar que o Brasil mantinha uma dívida de quase R$ 5 bilhões junto a organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
“Isso significa que o Brasil será excluído desses fóruns. E é uma dívida pesada, que também não tem previsão orçamentária pro ano que vem”, declarou naquele momento o coordenador dos trabalhos da equipe de transição e ex-senador Aloizio Mercadante (PT).
Na nota divulgada nessa segunda, o Itamaraty diz que o governo atual “não poupou esforços para equacionar a irregularidade crônica de pagamentos e a dívida acumulada desde períodos anteriores”.
“Os recursos disponibilizados pelo Ministério da Economia permitirão saldar a quase totalidade da dívida do Brasil, fortalecendo a posição do País no sistema multilateral e na comunidade internacional”, prossegue o ministério.
O Itamaraty não indica quais dívidas seguirão pendentes e nem quando os débitos serão de fato liquidados.
Em novembro, o ex-chanceler Celso Amorim foi entrevistado pela GloboNews sobre os desafios do Brasil para se reposicionar no cenário internacional. Confira no vídeo abaixo:
Dívida bilionária
Em setembro, após levantamento a pedido da BBC News Brasil, a ONU apontou que o Brasil devia US$ 306 milhões, o equivalente a R$ 1,5 bilhão, à organização.
Pelas regras da ONU, se um país acumular uma dívida equivalente a dois anos ou mais em relação às suas contribuições regulares, ele pode perder o direito ao voto. O Brasil tem feito alguns pagamentos da dívida para evitar esse cenário.
No fim de 2020, por exemplo, Bolsonaro sancionou crédito suplementar de R$ 3,3 bilhões para pagar parte das dívidas com a ONU e com a Organização dos Estados Americanos (OEA), entre outras obrigações internacionais.