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Por Redação O Sul | 28 de dezembro de 2022
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) entregou sua arma para a Polícia Federal (PF) em São Paulo, uma semana depois de uma determinação de Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na decisão, ele afirmou que diante das informações colhidas até o momento, há indícios de um uso da arma “para além dos limites da autorização de legítima defesa”.
Quem fez a entrega da arma foi a irmã da deputada federal, Paula Zambelli. Foram entregues uma pistola Taurus G3C de cor preta e um carregador com 12 munições.
De acordo com o registro da PF, “a entrega do armamento foi feita de maneira voluntária” por Paula, que “franqueou acesso da equipe ao quintal/garagem da residência”.
A solicitação da PGR diz respeito ao episódio, na véspera do 2º turno das eleições deste ano, no qual a deputada federal correu atrás de um homem com a arma em punho na região dos Jardins, na capital paulista.
No dia 29 de outubro, a parlamentar foi abordada e se desentendeu com apoiadores de Lula. Ela sacou uma arma, apontou em direção a um homem e o perseguiu até um estabelecimento comercial.
O policial militar que acompanhava a deputada chegou a efetuar um disparo que, segundo a perícia, foi constatado como acidental. Ninguém ficou ferido.
Na ocasião, Carla afirmou que agiu de tal maneira em “defesa da honra”. Ela chegou a dizer que foi empurrada pelo homem, versão desmentida pelos vídeos feitos pelas pessoas que passavam na rua e registraram a confusão. Nas imagens, fica claro que a deputada se desequilibrou e caiu sozinha.
De acordo com relatos, diante da resistência de cumprir a determinação do STF, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi alertado que, se a parlamentar não entregasse suas armas à Polícia Federal, ela poderia ser presa em flagrante, por estar com a posse de armas suspensa.
Itália
Na decisão do último dia 19, Gilmar Mendes deu 48 horas para a entrega da arma e suspendeu a autorização de porte de armas da parlamentar. Como ela está na Italia, não entregou no prazo definido. Caso não cumprisse a decisão, poderia ser presa.
Em nota, a assessoria da deputada afirmou que embora não tenha ocorrido a publicação oficial da decisão, Carla procedeu com a entrega voluntária da pistola às autoridades policiais.
Ela recorreu da decisão ressaltou que o porte de arma é essencial para sua proteção, em decorrência de diversos ataques e ameaças que recebe constantemente.
Sua assessoria de imprensa afirmou ainda que “a deputada federal aguarda uma rápida apreciação de seu recurso, cuja defesa se encontra a cargo dos advogados Karina Kufa e Igor Suassuna”.
“Zambelli ressalta que o porte de arma é essencial para sua proteção, em decorrência de diversos ataques e ameaças que recebe constantemente”, diz o texto.