Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de janeiro de 2023
Petista assumiu a Presidência da República pela terceira vez
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilAo tomar posse no domingo (1º), em Brasília, o presidente Lula (PT) criticou direta ou indiretamente o governo de Jair Bolsonaro (PL), seu antecessor no cargo.
O petista abordou a resposta de Bolsonaro no combate à pandemia de coronavírus, os decretos que ampliaram o acesso a armas de fogo, as fake news, entre outros assuntos.
Em suas críticas, Lula disse que Bolsonaro usou na campanha eleitoral recursos do Estado de forma desvirtuada “em proveito de um projeto autoritário de poder”. Veja os temas abordados por Lula sobre Bolsonaro:
Pandemia de Covid-19
“O período que se encerra foi marcado por uma das maiores tragédias da história: a pandemia de Covid-19. Em nenhum outro país, a quantidade de vítimas fatais foi tão alta proporcionalmente à população quanto no Brasil. Esse paradoxo só se explica pela atitude criminosa de um governo negacionista, obscurantista e insensível à vida. As responsabilidades por este genocídio hão de ser apuradas e não devem ficar impunes”, declarou Lula.
Decreto de armas
“Estamos revogando os criminosos decretos de ampliação do acesso a armas e munições, que tanta insegurança e tanto mal causaram às famílias brasileiras. O Brasil não quer mais armas. Quer paz e segurança para seu povo”, disse o presidente.
Sigilos de 100 anos
“A Lei de Acesso à Informação voltará a ser cumprida, o Portal da Transparência voltará a cumprir seu papel, os controles republicanos voltarão a ser exercidos para defender o interesse público”, garantiu Lula.
Indígenas e Amazônia
“Incentivaremos, sim, a prosperidade na terra. Liberdade e oportunidade de criar, plantar e colher continuará sendo nosso objetivo. O que não podemos admitir é que seja uma terra sem lei. Não vamos tolerar a violência contra os pequenos, o desmatamento e a degradação do ambiente, que tanto mal já fizeram ao País. Vamos revogar todas as injustiças cometidas contra os povos indígenas”, afirmou o chefe do Executivo.
Abuso de poder econômico
“Nunca os recursos do Estado foram tão desvirtuados em proveito de um projeto autoritário de poder. Nunca a máquina pública foi tão desencaminhada dos controles republicanos. Nunca os eleitores foram tão constrangidos pelo poder econômico e por mentiras disseminadas em escala industrial”, declarou Lula.
Fake news
“Foi a democracia a grande vitoriosa nesta eleição, superando a maior mobilização de recursos públicos e privados que já se viu, as mais violentas ameaças à liberdade do voto, a mais abjeta campanha de mentiras e de ódio tramada para manipular e constranger o eleitorado”, disse o petista.
Eleição
“Esse processo eleitoral também foi caracterizado pelo contraste entre distintas visões de mundo. A nossa, centrada na solidariedade e na participação política e social para a definição democrática dos destinos do País. A outra, no individualismo, na negação da política, na destruição do Estado em nome de supostas liberdades individuais”, afirmou o chefe do Executivo.
Orçamento federal
“O diagnóstico que recebemos do Gabinete de Transição de Governo é estarrecedor. Esvaziaram os recursos da saúde. Desmontaram a educação, a cultura, a ciência e tecnologia. Destruíram a proteção ao meio ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública, a proteção às florestas, a assistência social”, afirmou Lula.
“Destruição do Estado”
“Desorganizaram a governança da economia, dos financiamentos públicos, do apoio às empresas, aos empreendedores e ao comércio externo. Dilapidaram as estatais e os bancos públicos, entregaram o patrimônio nacional. Os recursos do País foram rapinados para saciar a estupidez dos rentistas e de acionistas privados das empresas públicas”, disse Lula.
Cultura
“Estamos refundando o Ministério da Cultura, com a ambição de retomar mais intensamente as políticas de incentivo e de acesso aos bens culturais, interrompidas pelo obscurantismo nos últimos anos. Uma política cultural democrática não pode temer a crítica nem eleger favoritos”, declarou o petista.