Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Carlos Roberto Schwartsmann | 5 de janeiro de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O termo corrupção vem do latim “corruptus”, significa decomposição apodrecimento, corrompimento. É uma desonestidade onde se obtém vantagem ou benefícios ilícitos para ganho pessoal ou de um grupo.
Existem vários tipos de corrupção, mas as mais comuns são a ativa e a passiva.
A ativa é o oferecimento de compensação ilegal e a passiva está relacionada com o ato de receber a compensação. Entre nós ela é muito comum no setor público que é comandado por políticos.
A honestidade tem como base a formação ética e moral do indivíduo. Ela começa no berço familiar e se completa nos bancos da escola e da universidade. É um traço fundamental do caráter do indivíduo!
O índice de corrupção mundial realizado pela “Transparência Internacional” avalia a corrupção no setor público de 180 países.
A Dinamarca e a Finlândia são os países menos corruptos do mundo. O Brasil está em 96º lugar, atrás de Cuba, Jordânia, Suriname e Etiópia. A Finlândia detém o título de melhor sistema educacional do planeta. A Dinamarca está na 9º colocação e o Brasil está no 63º lugar.
No índice de desenvolvimento humano (IDH) a Dinamarca está na 10ª colocação e a Finlândia em 11º. O Brasil ocupa a 87º. Com estes dados é fácil compreender e correlacionar que o nível de corrupção é inversamente proporcional a educação. Menos corrupção, mais educação.
Ainda no Brasil temos a “lei de Gerson” que é arraigada a cultura brasileira. É necessário levar sempre alguma vantagem em tudo sem se importar em questões legais, éticas ou morais.
Delitos corrupcionais de diversas grandezas estão presentes no nosso dia a dia: ligação clandestina da água e da luz. Utilização de TV pirata, fraude do imposto de renda, suborno do guarda de trânsito, estacionamento em vaga de idoso, nota errada no restaurante, preço divergente no caixa do supermercado, o peso da carne no açougue, o peso do carvão, o comprimento do papel higiênico. A mistura da água com o leite o etanol na gasolina. Até na medicina existem médicos que diferenciam o valor da consulta ou da cirurgia com ou sem nota fiscal.
Entretanto sem dúvida alguma a corrupção no serviço público do Brasil é pandêmica. O método mais utilizado é o superfaturamento. Isto é, venda de algo com preço superior ao preço do mercado.
Como é possível, na pandemia, o governador de Minas Gerais pagar 20 mil por um respirador e o governador do Pará pagar 180 mil. Nove vezes mais!
A distorção de finalidade também é uma prática comum: porque gastam milhões com propaganda da Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa Federal e Correios no rádio e televisão? Isto é desnecessário e incontrolável.
A eficácia é a melhor propaganda!
A consequência primaria da corrupção é o desvio de recursos que poderiam ser aplicados para o desenvolvimento econômico e social da população. O saneamento básico, a saúde e a educação são os grandes prejudicados.
Só na lava-jato, nos acordos de leniência foram devolvidos 25 bilhões. Este dinheiro daria para construir 300 mil escolas Brasil a fora!
Na verdade, no Brasil, não há penalização!
A corrupção compensa!
Carlos Roberto Schwartsmann – médico e professor universitário
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
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