Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2023
A função assumida por Paulo Marcelo estará vinculada ao segundo escalão da Secretaria-Geral da Presidência
Foto: ReproduçãoO governo Lula (PT) acertou a nomeação do pastor Paulo Marcelo Schallenberger, com histórico de atuação na Assembleia de Deus, para um cargo na estrutura do Palácio do Planalto. Sua atribuição será a de abrir diálogo com igrejas de todo o país. O convite foi alinhavado em reunião nesta quinta-feira com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo.
A função assumida por Paulo Marcelo estará vinculada ao segundo escalão da Secretaria-Geral da Presidência, localizada no 4º andar do Palácio do Planalto. O pastor se aproximou de Lula e de lideranças no PT no fim de 2021, e sugeriu a abertura de um canal de relacionamento do novo governo voltado especialmente com denominações evangélicas de médio e pequeno porte. Após a reunião com Macêdo, Paulo Marcelo afirmou que ouviu da equipe de Lula que sua nomeação deve ocorrer no fim de janeiro, após a resolução de questões burocráticas na estrutura da Secretaria-Geral.
Agenda em Brasília
O pastor já vem cumprindo agendas em Brasília como interlocutor do novo governo entre os evangélicos. Na manhã desta quinta-feira (5), ele atendeu a um convite para uma reunião na Embaixada de Israel na capital federal. O país tem papel relevante para o segmento evangélico por abrigar marcos bíblicos como Jerusalém e o Rio Jordão.
A iniciativa de estreitar relações com evangélicos foi defendida por diferentes interlocutores da campanha de Lula logo após a vitória no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL), em outubro. O ex-ministro Gilberto Carvalho, por exemplo, um dos aliados mais próximos do novo presidente, afirmou que seria necessária uma “ação abrangente” com os evangélicos, de olho em “reconstruir uma ampla base popular de governo” e chegar à população mais pobre, “que está sendo cuidada pelas igrejas”.
Relações
Carvalho reuniu-se com Paulo Marcelo em dezembro, poucas semanas antes da posse, em um encontro que ajudou a alinhavar a relação com o segmento evangélico na nova gestão. No início desta semana, após a posse, o pastor teve reuniões com Macêdo, que redesenhou a Secretaria-Geral com quatro secretarias – Participação Social, Articulação de Políticas Públicas, Juventude e Relações Sociais – para funcionar como um guarda-chuva de canais de relacionamento do novo governo com os movimentos sociais.
A tendência é que Paulo Marcelo ocupe um braço à parte da secretaria, que será criado com enfoque no segmento religioso. O objetivo, de acordo com interlocutores do governo, é mirar a “base” das lideranças evangélicas. Paulo Marcelo é egresso da Assembleia de Deus do Belém (SP), uma das maiores denominações evangélicas do país, mas tem trajetória como pregador “itinerante” em templos de igrejas de diferentes portes.