Quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

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Ali Klemt Gente feliz não enche o saco

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Gente infeliz derrama as suas frustrações por onde passa. (Foto: Freepik)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Um dos maiores geradores de tensão do mundo contemporâneo são as ofensas nas redes sociais. Não sei se já existem pesquisas e artigos científicos sobre isso (alô, acadêmicos!), mas essa é a constatação de alguém que lida com isso, diariamente, na prática: eu.

Sem dúvida, a minha atividade profissional me coloca nessa posição. Sou não apenas uma criadora de conteúdo, mas uma criadora de conteúdo que OPINA! Credo. Naturalmente, espero que não só meus seguidores, mas que o máximo de pessoas seja alcançado pelas minhas palavras e impactado, de alguma forma. Que parem para pensar. Que concordem, discordem. Que se emocionem. Ou mesmo que julguem irrelevante para a sua vida. Graças a Deus, vivemos em um mundo plural, no qual as prioridades são diversas. Cada um com seus problemas, não é o que dizem?

Mas aquela velha máxima de que “o limite da minha liberdade é a liberdade do outro” nunca esteve tão ameaçada como nesse mundo de limites fluidos que é o virtual. Protegidos pelo anonimato e beneficiados pela distância física, pessoas de carne e osso destilam ódio e rancor, livremente, sem dó nem piedade. E sem noção alguma, também. Xingam, caçoam e humilham, esquecendo que, do outro lado, há um ser humano com sentimentos, com família, com dores. Com as suas lutas pessoais que, em geral, ninguém conhece. Julgam com seus conceitos distorcidos e, possivelmente, com base em suas próprias vivências infelizes.

Gente feliz não enche o saco. Ponto.

Mas gente infeliz derrama as suas frustrações por onde passa, com a falsa ilusão de que espalhar seu amargor o esvaziará da infelicidade. O que eles não sabem é que já estão vazios, e que suas palavras raivosas não mandam embora a dor – ao contrário, a trazem para si, cada vez mais.

Eu não costumo replicar a opiniões desse tipo em minhas redes sociais por dois motivos: um, porque não gasto tempo nem energia com o que me interessa; dois, porque sei que não é nada pessoal. Não é pessoal mesmo, eu sou apenas um objeto falante que oportuniza um espaço para que essa torrente de emoções negativas seja despejada. Então, eu desapego. E é o conselho que dou a qualquer um que sofra com isso.

A questão é que essas pessoas infelizes não estão presas em suas casas. Elas estão aí, vivendo na mesma sociedade que eu e você. No mesmo mundo que meus filhos e de tantos profissionais e pessoas que admiro. Que fazem do mundo um lugar melhor, de verdade. E, ainda assim, são julgadas, humilhadas, xingadas publicamente. As palavras têm um poder absurdo.

E é aí, nesse ponto específico, que cai por terra o “cada um com seus problemas”. Porque essas pessoas existem no nosso mundo. E, sim, elas precisam aprender a ter limites.

“Um homem é dono do que cala e escravo do que fala”, disse Freud. E essa frase jamais esteve tão atual. Que cada um de nós reflita sobre esse que é uma enorme doença social dos nossos tempos. É uma luta de cada um de nós educar e não aceitar que os infelizes ultrapassem os limites e invadam a nossa paz de espírito.

A solução? Eu não a tenho. Mas já tenho a vontade de promover essa mudança. Certamente, muitos de vocês também. Que tal levantar essa bandeira comigo?

Ali Klemt

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/gente-feliz-nao-enche-o-saco/ Gente feliz não enche o saco 2023-01-08
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